VOCÊ
SABIA...que, neste dia 30 de dezembro, é comemorado o aniversário de BARRINHA-SP (Região Metropolitana de Ribeirão)? A data é a da emancipação política ocorrida
em 1953. Cumpre reconhecer que, para a
região de Ribeirão Preto, desde há muito tempo e até poucos anos atrás,
BARRINHA teve grande importância nas atividades de transporte e
abastecimento. Com efeito, em 1880, logo
após a Cia. Paulista de Estradas de Ferro ter atingido Porto Ferreira e ter
sido impedida de atravessar o rio Mogi, para atingir São Simão e Ribeirão
Preto, em face do protesto da Cia. Mogiana
(alegou reserva de área), a Família Silva Prado, maior acionista da
Cia. Paulista, iniciou, em 25/03/1884, as atividades comerciais da Cia. de Navegação do Mogi Guaçu,
cujo trajeto iniciava-se em Porto Ferreira e o objetivo final era atingir o
encontro com o rio Pardo, em Pontal, pois o entorno de todo o percurso já despontava como grande produtor de café. Os Silva Prado, em 1885, adquiriram a Fazenda Guatapará, que seria um dos portos e, por volta de 1886, a Cia de Navegação, sempre expandindo, atingiu o porto que se chamava “Barrinha”, nas terras da então Fazenda Eldorado, do Cel, Rodrigo Pereira Barreto, as quais, em 27/08/1889, viriam a ser adquiridas pelos Silva Prado, com elas formando a Fazenda São Martinho, no então Distrito de Sertãozinho, município de Ribeirão Preto (a autonomia de Sertãozinho dar-se-ia em 05/12/1896), Os barcos traziam a mão de obra necessária para o desenvolvimento dessa área e
as mercadorias de consumo. Levavam toda
a produção agrícola excedente, gado e principalmente o café, sendo que este chegava
ao porto de Santos, pelos trilhos da Cia. Paulista, embarcado em Porto
Ferreira. As atividades da Cia. de Navegação foram encerradas em 1°/05/1904. Com a expansão da Cia. Paulista de Estradas de Ferro na direção de Barretos-SP, onde a sempre
empreendedora família Silva Prado construíra um grande frigorífico (depois
vendido para os ingleses, daí a passar chamar-se Anglo, hoje JBS), foram construídas, além da estação "Guatapará", duas
estações dentro da Fazenda São Martinho, em 1901, a estação “Martinho Prado” (depois denominada Pradópolis, na sede da fazenda ( hoje Usina São Martinho) e,
em 1903,
a estação de “Barrinha”, para embarque de café. Dado o movimento de cargas e
passageiros, principalmente após a geada
do café de 1918 e a crise de 1929, o diretor da Fazenda São Martinho, Paulo da Silva Prado, loteou as terras ao redor da estação ferroviária, vendendo-as para ex trabalhadores da própria Cia. Agrícola Fazenda São Martinho, em sua maioria
imigrantes italianos e japoneses, os quais para ali se mudaram, para se estabelecerem com comércio e trabalharem em plantações de algodão, possibilitando o
surgimento de um povoado, o qual, em 1936, foi elevado a Distrito de Paz de
Sertãozinho. Em 1933, a empresa Bevilacqua, de Ribeirão Preto, inaugurou linhas de ônibus
("jardineiras") entre a estação de Barrinha e Ribeirão Preto, passando
por Sertãozinho, estabelecendo a frequência de acordo com os horários das chegadas e partidas dos trens da Cia. Paulista, que faziam concorrência com os trens da Cia. Mogiana. Era em Barrinha que viajantes de toda a região de Ribeirão Preto
e de Franca tomavam o confortável trem Pullmann (o famoso “trem azul”) para São Paulo,
vindo de "jardineira" ou de automóvel. Como as linhas (bitola larga) e os trens
da Paulista eram melhores (desde 1930, Barrinha passou a fazer parte da linha
tronco) os habitantes de Ribeirão Preto preferiam percorrer (devidamente vestidos
com guarda-pó) as estradas de terra (e que poeira!) num trecho de cerca de 30
km e pegar esse trem em Barrinha do que enfrentar a historicamente ruim linha
da Mogiana para São Paulo ou Campinas. Em Sertãozinho, o "ponto de parada" era o Bar e Restaurante "Paulicéia", de Eliseu Guerra. Isso evitava também a lentidão e as baldeações da
Mogiana em Campinas, para quem seguisse para São Paulo. A média diária de trens
nessa época que cruzavam nessa estação era de doze, nos dois sentidos, metade
de passageiros. No início dos anos 1940, a Shell, a Atlantic e a Gulf Oil
decidiram estabelecer, junto à estação, terminais para distribuição de gasolina
para toda a região, o que fez aumentar o movimento de cargas. Ela funcionou
como uma estação de passageiros bem movimentada, até o cancelamento do trem de
passageiros, no início de 1998. A emancipação política, junto a Sertãozinho,
deu-se em 30/12/1953 e a instalação do município aconteceu em 1º/01/1955. Barrinha é conhecida pelo epíteto de "Princesa do
Mogi". O seu nome, como acentuado, se originou do Porto Fluvial, e que sua
ótima argila favoreceu a implantação de várias cerâmicas, e esses dois fatores, além da fertilidade de suas terras, as Cerâmicas e a Estrada de Ferro (duas atividades hoje extintas) fizeram com
que o município crescesse rapidamente. Nos dias atuais, a maior parte da
população de Barrinha, cerca de 32.000 habitantes, trabalha na atividade
sucroenergética (Usinas São Martinho e São Francisco) e em pequenas empresas de
fabricação e manutenção de equipamentos para essa segmento econômico. Uma novidade, contudo, chegou a ser anunciada. Um projeto para a volta dos trens de carga, que desapareceram desde 2006. Cogitou-se a reconstrução dos trilhos que seria feita pela concessionária América Latina
Logística (ALL) em parceria com a trading de açúcar e álcool Agrovia, num
contrato de duração de 25 anos. Nos 131 km entre Pradópolis e Colina, a ALL
trocaria 60 mil dormentes - uma média de 458 peças por quilômetro. Também reporia 185 km de trilhos. No total, a recuperação da antiga ferrovia demandaria investimentos inicialmente orçados em R$ 110 milhões. O dinheiro seria desembolsado pela
Agrovia e a construção tocada pela ALL. O projeto jamais saiu do Papel. Se em algum dia, vier a acontecer, pela Estação de Barrinha, passarão trens com
até 80 vagões de quase 100 toneladas cada um. Por ano, a ferrovia teria capacidade para transportar 4 milhões de toneladas de açúcar até o Porto de
Santos. Hoje o trecho entre Pradópolis e Araraquara, em operação, já permite a
movimentação de 1,5 milhão de toneladas de açúcar, a maioria da Usina São
Martinho. São 67 km de trilhos que também receberão melhorias para aumentar a
velocidade dos comboios. Em Araraquara, os trilhos se conectam à linha tronco
da ALL, que vai até Santos.
LEIA SOBRE A CIA. NAVEGAÇÃO FLUVIAL DO MOGI, NO LINK:
http://efpaulista.blogspot.com/2015/06/a-navegacao-fluvial-da-cia-paulista.html
VEJA VÍDEOS SOBRE A CIDADE BARRINHA
https://www.youtube.com/watch?v=vtWkJleDr0I
https://www.youtube.com/watch?v=UAMjIwgB7CU
VEJA VÍDEOS SOBRE A ESTAÇÃO DE BARRINHA
https://www.youtube.com/watch?v=kSuu5CWthSA
https://www.youtube.com/watch?v=1cKL5TA5knM
VEJA VÍDEO DA SÉRIE "LIGADOS PELA HISTÓRIA", FOCALIZANDO BARRINHA:
https://www.youtube.com/watch?v=j4irSI2oHVk
VEJA VÍDEO SOBRE O HINO DE BARRINHA:
https://www.youtube.com/watch?v=2G7Tx9HkoZQ