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Você Sabia?
 
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VOCÊ SABIA...que, no dia 29 de abril de 1929, eclodiu uma greve dos empregados da ESTRADA DE FERRO SÃO PAULO-MINAS, agravando a sua situação financeira, tendo sido a gota d’água da sua falência? Evocando os fatos, na década de 1890, foi criada, em São Simão-SP, a Companhia Melhoramentos, que implantou uma estrada de ferro "cata-café", servindo várias fazendas. Com o tempo expandiu-se no sentido de Serra Azul, Serrinha e Altinópolis, atingindo, em 1908, e já com capital estrangeiro, o estado de Minas Gerais (São Sebastião do Paraíso), transformando-se na "The São Paulo and Minas Railway Company". Em 1922, é inaugurada a “Companhia Eletro-Metalúrgica Brasileira”, em Ribeirão Preto, aproveitando o potencial ocioso das hidrelétricas da região e energia barata, para a fabricação de ferro gusa, aço e trilhos de trem. Todo o minério vinha do “Morro do Ferro”, onde havia uma pequena estação da São Paulo-Minas, então município de São Sebastião do Paraíso-MG (hoje, Pratápolis-MG). Logo, no início, o transporte era feito pela E.F.S.P-M da mina até Bento Quirino, onde havia o transbordo para a Cia. Mogiana, que chegava até a usina, em Ribeirão Preto, através de um ramal. Para encurtar o caminho, surgiu o interesse da Eletro-Metalúrgica em adquirir a Estrada de Ferro São Paulo-Minas e em custear um ramal que, partindo  da sua fábrica, atingisse a estação Serrinha, da E.F.SP-M. Por conseguinte, através de escritura lavrada em 14 de setembro de 1922, a Eletro-Metalúrgica compra a E.F.SP-M pelo valor de 100 mil libras esterlinas, dando como hipoteca à vendedora a Empresa de Força e Luz de Ribeirão Preto, de sua propriedade. Por escritura de 30 de abril de 1926, a E.F.SP-M deu quitação à Eletro-Metalúrgica, e esta, no dia seguinte, contraiu, junto ao Governo do estado de São Paulo,  um empréstimo de 8.000:000$000 (oito mil contos de réis), com uma parte destinada para a construção do ramal de Ribeirão Preto a Serrinha, outra parte, para saldar dívidas da E.F.SP-M, e uma 3a. parte para adquirir novos materiais rodantes especiais para o transporte de minério e melhoramentos, dentre eles a aquisição , junto à firma alemã Henschel, de duas das maiores locomotivas a vapor da bitola de 60 cm do país, do tipo “montain”. Em 1929, em razão da “Grande Crise”, vencido o prazo para o pagamento e tendo a dívida aumentado com acréscimo de juros, a estrada teve de hipotecar, dentre outros ativos, também o ramal entre Ribeirão Preto e Serrinha (atual Serrana). A precária situação financeira da estrada, agravou-se mais ainda quando, no dia 29 de abril de 1929, eclodiu uma greve dos seus empregados por não receberem em dia os seus salários paralisando seu tráfego. Para tentar salvar-se da situação, a Companhia procurou entregar a estrada ao governo para que este a administrasse (Contrato de consignação de rendimento). O Estado, entretanto, recusou a solução proposta.  Em decorrência dessa situação, uma das empresas credoras, a firma importadora “Theodor Wille Co Ltd",  pediu a falência da empresa, que veio a ser decretada em 9 de dezembro de 1929, e a estrada, por acórdão de 03 de setembro de 1930, do Tribunal de Justiça, sofre a intervenção do Estado. Sob a administração do governo foi aberto, em 1931, um crédito especial de 1.041 contos de réis e a estrada foi reaberta ao tráfego com toda a sua linha reparada, até a fronteira de Minas Gerais. A reforma só não atingiu o território mineiro por uma questão de jurisdição, permanecendo o tráfego até São Sebastião do Paraíso  fechado. Tornando-se definitivamente proprietário da estrada através da adjudicação dos seus bens por decisão do Juízo Federal de São Paulo, o governo do Estado autorizou a reabertura do trecho mineiro em 1934 e posterior alargamento da bitola de toda linha de 0,60m para 1,00m e o reaparelhamento do sistema de transportes com a transferência para a São Paulo-Minas  de diversas, locomotivas e vagões das estradas de Ferro Araraquarense e Sorocabana. Com esses equipamentos e o alargamento da bitola foi possível à ferrovia um incremento de até 60% na sua capacidade de transporte ferroviário na região. Depois da restauração do ramal de Serrinha a Ribeirão Preto, terminada em junho de 1944, a São Paulo-Minas passou a desempenhar importante papel para a economia dos dois Estados aos quais servia trazendo cargas do sudoeste mineiro diretamente para as zonas da alta Mogiana e alta Paulista. Nesta época a E.F.SP-M já estava sob administração da Cia. Mogiana. Em 1971, este trecho foi incorporado à FEPASA, tornando a SPM/Mogiana uma das 5 ferrovias paulistas a formá-la. Em 1976 trens de passageiros pararam de circular, e nos anos 90 o tráfego de cargas foi suspenso. Atualmente, toda a extensão segue em pleno abandono, com prédios das estações desaparecidos, ou em ruínas, e ocorrência de furtos de trilhos.


VÍDEOS SOBRE A CRIAÇÃO DA EF SÃO PAULO-MINAS

https://www.youtube.com/watch?v=cjMKukr10LU

VEJA VÍDEOS DE ESTAÇÕES DA EF SÃO PAULO-MINAS

https://www.youtube.com/watch?v=k8GuoOIfRl4

https://www.youtube.com/watch?v=2GmoKHyyMCU&t=83s

VEJA O QUE FOI A CIA.ELECTRO METALLURGICA:

http://www.plataformaverri.com.br/index.php?local=voceSabia&mes=4&dia=15

VEJA VÍDEO SOBRE OS SERTÕES DO JACUHY E A ESTRADA DE FERRO S.PAULO-MINAS: 

https://www.youtube.com/watch?v=o53QzESpzdg

VEJA VÍDEOS SOBRE A ESTRADA DE FERRO S.PAULO-MINAS:

Episódio 1

https://www.facebook.com/watch/?v=480021152820761

Episódio 2

https://www.youtube.com/watch?v=znFBtgBa7jg

Episódio 3

https://www.youtube.com/watch?v=ansKSN70aIQ&list=PLkwdlvplAx0JZE91wMfgEER8OMMIJpkem&index=3