Acessos: 2.920.016
Você Sabia?
 
Mês:
01 - 02 - 03 - 04 - 05
06 - 07 - 08 - 09 - 10
11 - 12 - 13 - 14 - 15
16 - 17 - 18 - 19 - 20
21 - 22 - 23 - 24 - 25
26 - 27 - 28 - 29 - 30
31

VOCÊ SABIA...que, no dia 18 de maio de 1924, faleceu o “Rei do Café” e político  FRANCISCO (FRANZ) SCHMIDT?  Ele nascera em 03 de outubro de 1850, em Osthofen, uma pequena cidade às margens do rio Reno, na Alemanha, filho de Jacob Schmidt e Gertrudes Rauskold Schmidt. Em 1858, a família Schmidt chegou ao Brasil, para trabalhar, inicialmente, como  colonos na Fazenda Ibicaba  (localizada atualmente no município de Cordeirópolis e àquela época localizada no município de Limeira), propriedade do senador Nicolau Pereira de Campos Vergueiro. Foi nesta fazenda que Francisco Schmidt, aos oito anos de idade, entrou em contato pela primeira vez com o café, ajudando seus pais no cultivo de cafezais. Depois, a família transferiu-se para a Colônia São Lourenço, da Fazenda Felicíssima, de propriedade do Comendador Luiz Antônio de Souza Barros, em São Carlos do Pinhal. Posteriormente, transferiu-se para a cidade de Belém do Descalvado (atual Descalvado), onde trabalhou na fazenda de Rafael Tobias Aguiar. Em 1873, casou-se com Albertina Kolh com quem teve 8 filhos: Gertrudes, Anna, Guilherme, Jacob, Albina, Arthur, Magdalena e Ernesto. A esposa, filha de imigrantes alemães, nasceu em Cubatão-SP. No ano de 1878, adquiriu, em Descalvado-SP,  um armazém de secos e molhados e, nessa ocasião, começou a trabalhar como corretor de café para a firma Theodor Wille e Co., a maior exportadora do produto para a Europa.  Em 1889, vendeu o seu estabelecimento comercial e, financiado pela Theodor Wille,  comprou sua primeira fazenda, denominada “Bela Paisagem”, no município de Santa Rita do Passa Quatro-SP. Investindo na compra e venda de fazendas,  conseguiu amealhar considerável capital. Em 1890, adquiriu, em sociedade com o Coronel Arthur de Aguiar Diederichsen, principal representante da Theodor Wille no Brasil, a Fazenda Monte Alegre (atual Campus da USP), até então de propriedade de João Franco de Moraes Octávio. Diederichsen vendeu sua parte na fazenda e Schmidt tornou-se o único proprietário. Sempre com o suporte da Theodor Wille e Co., comprou inúmeras fazendas nos municípios de Ribeirão Preto, Franca, Brodowski, Orlândia, Araraquara, Sertãozinho, Pontal, Serrana, entre outros. Consta ter possuído 62  fazendas, onde existiram, aproximadamente, 16 milhões de pés de café. Em 1913, era o maior produtor de café do Brasil e, em razão disso, recebeu o título de “Rei do Café III”. Além do café, implantou, vizinho à sua Fazenda Vassoural, o primeiro engenho de açúcar de Sertãozinho, em 1906 (Engenho Central - Usina Schmidt, hoje no atual município de Pontal). Seus filhos Guilherme e Ernesto implantaram, na Fazenda São Miguel, em Sertãozinho, a Usina Albertina (nome dado em homenagem à mãe). Dedicou-se também à pecuária e ao cultivo de algodão. Enriquecido e poderoso, formou com o CELArthur de Aguiar Diederichsen e José Alves Guimarães Jr (que deu nome ao Grupo Escolar) o "trio" de maior liderança  do Partido Republicano Paulista PRP, dando as cartas na política local. Em 28/09/1886, a Câmara Municipal, composta em sua grande maioria por vereadores do grupo comandado por Arthur Diederichsen e Francisco Schmidt, aprovou empréstimos, junto ao "Banco da Repúblicas", nos valores de 120:000$000 e 263:971$980 contos de réis para construir a Rede de Água e Esgoto. Em 1892, Arthur Diederichsen, que era vereador,  tornou-se o primeiro INTENDENTE de Ribeirão Preto, até 1893, quando mudou-se para São Paulo. De 1897 a 1900, Diederichsen foi Deputado Federal. De sua parte, José Alves Guimarães Jr foi Senador Estadual de 1892 a 1930, com grande prestígio na alta cúpula do PRP. Ligado à terra, por seu turno, Francisco Schmidt elegeu-se vereador por 04 legislaturas (1986/1889 - 1911/1914, 1914/1917 e 1917/1920, sendo nomeado Presidente da Câmara Municipal nessas duas últimas. Tornou-se o líder do PRP local, sempre apoiado por Diederichsen e Guimarães Jr., que transitavam na alta cúpula do partido,  Em 1895, o grupo capitaneado por Schmidt e composto por Cel. Virgílio da Fonseca Nogueira, Luiz Pereira Barreto, Augusto Ribeiro de Loyola, Flávio de Mendonça Uchoa e outros, idealizou e construiu o Theatro Carlos Gomes, inaugurado em 1897. Logo depois, em 1899, foi a sua ideia a compra ou desapropriação da mata existente no Morro do Cipó (área do atual Bosque Municipal).  Em 1901, foi nomeado, pelo então presidente da República, Campos Sales, coronel-comandante da 72ª Brigada de Infantaria da Guarda Nacional.   Antes da abertura dos poços artesianos, a água da cidade provinha de sua fazenda Monte Alegre.  Sua liderança política,  junto ao Partido Republicano Paulista - PRP, foi, até 1902, hegemônica, quando passou a dividi-la om aquela exercida pelo também Coronel da Guarda Nacional, Joaquim (Quinzinho) da Cunha Diniz Junqueira. Com a morte de sua esposa, em 1917, organizou com seus filhos, a Cia. Agrícola Francisco Schmidt, mudando-se, logo depois, para São Paulo, SP, em sua residência da Avenida Paulista, n. 89, onde faleceu no dia 18/5/1924, aos 73 anos. Com sua morte e, em decorrência da crise de 1929, os herdeiros liquidaram os compromissos financeiros mantidos com a financiadora Theodor Wille, o que resultou ficarem com a metade dos bens. Também com a partilha no inventário e consequente venda de seus quinhões por parte dos herdeiros , o patrimônio ficou ainda mais reduzido. Sua principal propriedade, a Fazenda Monte Alegre, herdada pelo filho Jacob Schmidt, atual “Campus da Usp”, teve, inicialmente, parte desapropriada pelo Governo Estadual e, depois, a área restante foi vendida, na década de 1940, para o empreendedor João Marchesi, que também adquiriu a Usina Albertina, em Sertãozinho, bem como considerável porção de terras entre Sertãozinho e Pontal, heranças dos filhos Guilherme e Ernesto Schmidt.  Outra grande propriedade, em Pontal, a Fazenda Vassoural, em cuja área está o Engenho Central( hoje, Museu da Cana) e a estação Francisco Schmidt, da extinta Cia. Mogiana, igualmente herdadas pelos filhos Guilherme e Ernesto, foi adquirida por pelo empresário Maurílio Biagi. Ainda considerável área de férteis terras (às margens do rio Pardo e a Fazenda Iracema, herança da filha Albina e genro Alberto Whately) foram adquiridas pela família Balbo, entre Sertãozinho e Ribeirão Preto. Como se vê, imigrantes italianos e seus descendentes, beneficiados pela crise do café em 1929 e,  enriquecidos com a cana-de-açúcar, foram, assim, adquirindo propriedades do notável "Rei do Café".  Ainda  sobre o Cel. Schmidt é de ser ressaltado o quanto foi benemérito.  Além de ajudar  entidades filantrópicas de Ribeirão Preto e Sertãozinho, é de ser lembradas as suas contribuições para a emblemática "Colônia Preta", uma pequena área de terras doadas a negros libertos. De fato, valendo-se do auxílio financeiro de Henrique Dumont, que os libertara,  alguns afrodescendentes, dentre eles Honório Neris do Sacramento, Veríssimo da Cunha e Noé Luiz, adquiriram um pedaço de terra na área do Distrito de Cruz das Posses, município de Sertãozinho, que veio a ser conhecido por "Colônia Preta", denominação que foi dada pelo Cel. Francisco Schmidt, que ali costumava assistir a missas e colaborar financeiramente com seus habitantes, tendo inclusive doado o sino da igreja do lugar.  Em sua homenagem, a Cia. Mogiana, deu-lhe o nome numa estação do ramal Ribeirão Preto-Pontal. Pelos serviços prestados ao Município, a Municipalidade de Ribeirão Preto deu nome a uma praça, que faz frente para a avenida Jerônimo Gonçalves. Nesta praça, foi instalada, em pedestal com medalhões e inscrições de bronze alusivos ao café, uma herma de bronze, a qual foi furtada, juntamente com os medalhões e, em sendo substituída por outra de gesso, foi igualmente danificada por vândalos.  CONFIRA as sinopses das publicações “fascículo 12, da Revista Revide n. 162”, com texto de Paulo Viarti” e “Companhia Agrícola Francisco Schmidt: Origem, Formação e Desintegração ( 1890-1924)”, de Maria Luíza de Paiva Melo Moraes” , nos links:

http://www.plataformaverri.com.br/index.php?bib=1&local=book&letter=R&idCity=24&idCategory=10&idBook=511

http://www.plataformaverri.com.br/index.php?bib=1&local=book&letter=R&idCity=24&idCategory=7&idBook=639

VEJA VÍDEO SOBRE A TRAJETÓRIA DE VIDA E EMPREENDEDORA DO CEL. FRANCISCO SCHMIDT POR ZÉLUIZ DE OLIVEIRA:

https://www.youtube.com/watch?v=RKnZNtNeqSM

VEJA RESUMO DO TRABALHO ACADÊMICO DE LARISSA APARECIDA FORNER SOBRE  FRANCISCO SCHMIDT

https://www.snh2015.anpuh.org/resources/anais/39/1438951811_ARQUIVO_textoLarissaForner.pdf

VEJA TEXTO QUE MOSTRA O PIONERISMO DO CEL. FRANCISCO SCHMIDT NA PRODUÇÃO DE AÇUCAR.

http://www.plataformaverri.com.br/index.php?local=voceSabia&mes=12&dia=14

VEJA INFORMAÇÕES SOBRE THEODOR WILLE, FUNDADOR DA EMPRESA QUE FINANCIOU A TRAJETÓRIA EMPREENDEDORA DE FRANCISCO (FRANZ) SCHMIDT.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Theodor_Wille

VEJA, AINDA, SOBRE FRANCISCO SCHMIDT O TEXTO DE "VOCÊ SABIA" DE 19 DE ABRIL, NO LINK:

https://www.plataformaverri.com.br/index.php?local=voceSabia&mes=4&dia=19 

VEJA NOTÍCIA TELEVISIVA SOBRE O FURTO E DANO DA HERMA DO CEL. FRANCISCO SCHMIDT

http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/jornal-da-eptv-2edicao//videos/v/vandalos-danificam-busto-do-coronel-francisco-schmidt-em-praca-de-ribeirao-preto/6404569/