VOCÊ SABIA...que, no dia 15 de
abril de 1920, foi formalizada, por escritura pública a constituição da COMPANHIA
ELETRO METALÚRGICA BRASILEIRA? Ribeirão
Preto vivia um momento de grande desenvolvimento em razão de eficiente
continuidade administrativa, das excelentes administrações dos prefeitos
Joaquim Macedo Bittencourt e João Rodrigues Guião, e da riqueza proporcionada
pelo café. Com grandes investimentos em terras feitos no município (Fazendas Guatapará e São Martinho), a família
SILVA PRADO, representada pelo Eng° Flávio de Mendonça Uchoa (genro de Martinho
Prado Jr.) depois de obter a concessão da empresa de águas e esgoto, empreendeu
igualmente a Empresa de Força e Luz. Dispondo, portanto, de energia elétrica, vislumbrou
a produção de aço. Assim foi idealizada a Cia. Eletro Metalúrgica Brasileira. Para tanto, Flávio Uchoa comprou uma área de
600.000 metros quadrados no bairro Tanquinho, tendo por primeiro presidente o Dr. João Alves de Meira Júnior. A
empresa foi constituída por 90 acionistas, objetivando a exploração da
indústria de ferro em todas as suas modalidades: fabricar ferro gusa do minério
das jazidas do Morro de Ferro, então situadas
no município São Sebastião do Paraíso, hoje Pratápolis-MG, pelo processo de
altos fornos elétricos e transformar essa gusa em aço; instalar serviço de
laminação para transformar o aço fabricado em bitolas comerciais; instalar
fornos para transformação da madeira em carvão; montar e explorar fábrica de
cimento para aproveitamento das escórias dos altos fornos; adquirir ou
construir estrada de ferro para transporte de matéria prima; adquirir terras
marginais da estrada de ferro para plantação de eucaliptos, etc. O capital de
seis mil contos de réis (6.000:000$000), foi dividido em ações de duzentos mil
réis (200$000), para a duração de 50 anos. Os maiores acionistas foram: 12 mil
ações da Empresa Força e Luz de Ribeirão Preto; 12 mil e 500 ações da Cia.
Intermediária Paulista; 1 mil ações de Flávio de Mendonça Uchoa; 905 de Osório
da Cunha Junqueira; 750 de Sylvio Alvares Penteado; Caio da Silva Prado,
Martinho da Silva Prado, Manuel Maximiano Junqueira, Joaquim da Cunha Diniz
Junqueira, Theodomiro de Mendonça Uchoa, Francisca Silveira do Val, entre
outros, possuíam 500 ações cada; o restante dos acionistas possuíam cotas de
300 ou menos que 300 ações. A planta da fábrica foi planejada pela empresa The Corning
Incorporated Company Ldt. New York, com 2 altos fornos elétricos (um alto
forno Bressemer), almoxarifado, um complexo de transformadores de 90 mil volts
e escritórios (toda a siderúrgica era movida à eletricidade). As obras foram
realizadas por engenheiros especialistas oriundos da Suécia e ao lado dos
brasileiros: Engº. Joaquim Desidério de Mattos, Almiro Pedreira, Martinico
Prado Uchoa. Os engenheiros da Empresa de Força e Luz Azevedo Queriga e J.H.
Hodge também auxiliaram nas obras. A construção media 250 metros de extensão. A
Metalúrgica foi inaugurada oficialmente em 27 de agosto de 1922. A solenidade
contou com a presença do Presidente da República Epitácio Pessoa (ficou
hospedado no Palacete do Cel. Joaquim Firmino - na rua Tibiriçá esquina com
Florêncio de Abreu); Ministro da Indústria e Comércio José Pires do Rio; Presidente
do Estado de São Paulo Washington Luiz, Ministro da Marinha e ex-prefeito Veiga
Miranda e, do Prefeito Municipal João Rodrigues Guião. À Usina foi dado o nome
de "Epitácio Pessoa". A Cia. Electro Metalúrgica Brasileira foi uma das primeiras
da América do Sul. Para transportar o minério de ferro de Minas Gerais, a
empresa fez a incorporação da Estrada de Ferro São Paulo-Minas, construindo o
então ramal Ribeirão Preto-Serrinha, fazendo chegar os trilhos até os fornos da
usina. De ressaltar que, antes da construção desse ramal, o minério era transportado, pela E.F. São Paulo-Minas até a estação "Bento Quirino", da Cia. Mogiana e, dalí, pela Cia. Mogiana, até a Estação do Alto, em Ribeirão Preto, onde era feito o transbordo para o ramal da Usina. Mais tarde, foi adquirida a E.F. São Paulo-Minas. Com a construção do ramal de Serrinha (atual Serrana) o trajeto foi encurtado. A produção de ferro de boa qualidade propiciou que a Cia. Metalúrgica
tenha sido a fornecedora de peças de ferro usadas na construção do Edifício
Martinelli na cidade de São Paulo, em 1924. Aconteceu, porém, que, em 1926
Flávio Uchoa vendeu a Empresa de Força e Luz para o grupo americano canadense
Eletric Bond Share, aplicando todo o dinheiro apurado na Cia. Metalúrgica. Em decorrência da "crise de 1929", no ano de 1930 as vendas da Cia. Metalúrgica começaram a cair até que no final
de 1931 pediu concordata e em seguida a falência. Sobre as causas da falência,
alguns autores apontam além da quebra da bolsa, que o Morro do Ferro não possuía
o manancial de matéria prima esperado, obrigando a Cia. Metalúrgica a comprar sucata para alimentar os seus altos fornos e que isso teria encarecido muito o seu custo de produção; apontam ainda que as duplicatas emitidas em 1929 não foram pagas e que o Banco do Brasil e o Governo Federal não prestaram socorro financeiro a Cia. Metalúrgica. Com a tramitação do processo de falência os bens da empresa foram sendo vendidos e arrematados. Em 1935 a empresa Moinho Santista com o Engº. Eugenio Belloti adquiriu o acervo da Cia. Metalúrgica que foi posteriormente vendido para a SANBRA para industrialização de algodão e, depois para a Industria Penha. Atualmente, no local, está instalada uma unidade do SENAR - Serviço de Aprendizagem Rural.
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