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- Uberaba-MG (17)
 
Uberaba-MG

Sumário / Índice
História e Tradiçao em Uberaba - CATIRA
de ,
Ano: 1993
Nº de Páginas: 94 pp.
Editora: Arquivo Publico de Uberaba
A( ou o) "Catira", que também pode ser chamada de cateretê, é uma dança do folclore brasileiro, em que o ritmo musical é marcado pela batida dos pés e mãos dos dançarinos. Embora se tenha inicialmente pensado fosse ela de origem indígena, no presente, têm-se de origem híbrida, com influências indígenas, africanas e européias. Tem coreografia executada na maioria das vezes por homens (boiadeiros e lavradores) e pode ser formada por seis a dez componentes e mais uma dupla de violeiros, que tocam e cantam a moda.É uma dança típica do interior do Brasil, principalmente na área de influência da cultura caipira ( interior de São Paulo,Mato Grosso, norte do Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Tocantins.A coreografia da catira apesar de parecer semelhante varia bastante em determinados aspectos, havendo diferenças nitidas de uma região para outra. Normalmente é apresentada com dois violeiros e dez dançadores. O livro, da série Cadernos de Folclores, focaliza a dança na região de Uberaba. Ali, a Catira estava ligada à vida rural, no Arraial da Capelinha, Distrito da Baixa, na fazenda dos Melanias, Campo Florido ( ex-Dores de Campo Formoso)Ponte Alta, Conceição das Alagoas, Delta, Patrimônio dos Poncianos, Peirópolis. Depois da colheita, nas festividades religiosas, ou quando finalizava a “traição” ( mutirão) a festa começava firme, com os violeiros e os dançarinos batendo o pé a noite inteira. Isso era bastante comum, princikpalmente por volta de 1.940, passando por mudanças a partir das décadas de 1950 e 1.960. A industriação das cidades, a mecanização do campo, o êxodo rural, os meios de comunicação e os novos objetos de consumo, modificaram os hábitos e comportamento das pessoas. Os migrantes da zona rural passaram a reunião para as funções de Catira nos “bailes de tolda”, que existiram até a década de 60. Hoje, grupos remanescentes se reúnem nas casas dos próprios catireiros ou quando convidados para apresentações em algumas fazendas, chácaras, Casa do Folclore e encontros em outras cidades. Ainda em Uberaba, anterior a 1.940, alguma duplas de violeiros fizeram fama: Tertuliano e Altino da Eva, Agenor e Ernestino Teles e José Cassimiro e Antolino. Destaque maior, porém, para o violeiro Manuel Rodrigues da Cunha, o Manuelzinho, que foi chamado o “Rei do Catira”. Manuelzinho deixou um grande acervo de poesias em forma de “modas”” e “recortados”. Dizem que era melhor poeta que cantor, mas vencia a todos num desafio. Outros violeiros, de Campo Florido, foram Vicente Caburé, José Gregório, João Emerenciano, João Herculano e Cincinato. A obra em tela realça, ainda, alguns grupos, como o de Paulo Cury, dos Borges, do Manoel Teles. Na composição desses grupos, aparecerem os “violeiros”, e os palmeiros ( batem palmas) e os sapateadores. Ainda em Uberaba, os principais eventos catireiros foram as duas “Semanas de Folclore”, em 1.962 e 1963, promovidas pelo Dr. Edelweiss Teixeira, folclorista. Na década de 1.970, o empresário Gilberto Rezende passou promover apresentações de Catira em sua chácara (Casa de Folclore) Gilberto conseguiu reunir um grande acervo de fitas cassetes, fitas VHS, poesias e entrevistas. Publicou um suplemento “A Poesia do Sertão””, no jornal da Manhã, em 18 de junho de 1.978. Depois disso, a Prefeitura Municipal de Uberaba chegou a instituir em suas unidades escolares o ensino da Catira, promoveu alguns eventos, tudo para o fim de não deixar decair a tradição. No final, a obra apresenta uma série de “modas” e “recortados”, os quais, com a música e a dança dão vida ao (à) Catira.

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