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São Carlos

Sumário / Índice
Café e Indústria - São Carlos 1850-1950 - 1a. edição
de TRUZZI, Oswaldo
Ano: 1986
Nº de Páginas: 270 pp.
Editora: Arquivo de História Contemporânea - UFSCAR
O livro decorre da dissertação de Mestrado defendida junto à Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas, em 1.985. A 1a. edição é de 1986. Como acentuado no prefácio à 1a. edição e mantido na presente, a proposta "é uma interpretação sociológica - no sentido em que o foco da análise recai sobre os agentes propriamente sociais - do processo de desenvolvimento a que se submeteu a região de São Carlos ao longo do século transcorrido entre 1.850, década em que ocorreu a fundação oficial da vila, e 1.950". Desta forma, o desenvolvimento de São Carlos, do ponto de vista escolhido pelo autor, guarda semelhança com o próprio desenvolvimento de todo estado de São Paulo, inclusive a Capital. Há sobreposição de etapas em um mesmo processo: os índios,os primeiro ocupantes; sua escravização, expulsão ou matança pelos brancos, no caso, à medida em que penetravam o Sertão de Aracoara ( ou Araraquara); a fixação dos primeiros posseiros, vindos de Campinas,de Itú, de Piracicaba ou de Minas, com criação de gado e produtos de subsistência; a obtenção das Sesmarias, por poderosos, e a expulsão dos posseiros; a expansão da cafeicultura, com o trabalho escravo, e a estensão da ferrovia, que proporcionou, além do incremento da produção do ouro verde, a 2a. e grande leva imigratória, principalmente aquela italiana, que viria com seu esforço e habilidade impulsionar a consequente industrialização.
A cada fase, acontecem momentos de uma história.Nas bordas do Planalto Ocidental paulista, sobre a Depressão Periférica, iniciava os Sertões de Araraquara, área ainda inculta no século 18, penetrada apenas por fugitivos da Justiça ou do cativeiro ou pelos monçonenses que deixavam o leito do Tietê, para evitar as febres dos pântanos. Rio Claro, na parte baixa, era a boca do sertão e ponto de descanso dos viajantes e seus animais. Nos fins desse século, um intenso movimento de apropriação de terras pela simples ocupação ou através de concessão de cartas de sesmaria.Em 1781,o cirurgião-mor do Regimento de Voluntários Reais de São Paulo recebeu três léguas de terra nos Sertões de Araraquara, as quais, em 1.786 foram vendidas a Carlos Bartholomeu de Arruda, sargento-mor de Itú e avô do futuro Conde do Pinhal. Em 1831, o filho de Carlos Bartholomeu, Carlos José Botelho, demarcou a sesmaria. Em 1.856, o filho de Carlos José, Antonio Carlos Arruda Botelho, o Conde de Pinhal, dessa sesmaria, denominada "do Pinhal", doou grande parte das terras que resultariam no município de São Carlos. Outra parte foi doada por outro condômino dessa sesmaria, Jesuíno de Arruda. Anos antes disso acontecer, depois de Rio Claro surgira Araraquara e, alí, a família Arruda residia e já fazia parte do Poder, tanto é que Carlos José Botelho foi intendente em Araraquara e de tal forma estabeleceu ligações familiares e alianças políticas, facilitando ao seu filho alçar a município o incipiente povoado, que recebeu o nome de São Carlos, em razão de ser "Carlos" um nome de família e do santo italiano Carlos Borromeu.A fase do Poder local da dinastia da "Casa do Pinhal" coincidiu com o apogeu da cafeicultura e com o trabalho escravo. O Conde, do partido liberal, e que fora o pioneiro na plantação do café no lugar, media forças com outro poderoso proprietário, o Cel. José Inácio de Camargo Penteado, conservador.Antonio Carlos, grande empresário com empresas e propriedades agrícolas em S.Carlos, Jaú, Ribeirão Preto e outro lugares,ainda era casado, em segundas núpcias,com a filha do Visconde de Rio Claro, José Estanislau de Oliveira, riquíssimo fazendeiro, com quem constituiu Empresa de Viação Férrea Rio Claro a São Carlos, e tinha a seu lado os irmãos, igualmente poderosos, Paulino Carlos, Bento Carlos, Joaquim de Meira Botelho, formando um clã, que também era composto pelos filhos Carlos José Botelho, que foi Secretário da Agricultura do Governo Jorge Tibiriça, Joaquim Roberto Rodrigues Freire, que foi presidente das Câmaras Municipais de Araraquara e São Carlos, o cunhado Joaquim José de Abreu Sampaio, deputado, o sobrinho Bento de Abreu Sampaio Vidal, deputado e fundador de Marília-SP. Essa força, respaldada pelos ganhos do café, teve o completo mando político local e regional até a crise de 1.929. A partir de 1.930 até 1.945, embora um pouco menos poderosos, ainda conseguiram manter a disputa entre os "botelhistas" e os "Sallistas", porém, a partir de então foram destronados por forças novas, representadas por Ernesto Pereira Lopes e outros nomes como Antonio Donato,Luiz Augusto de Oliveira, Antonio Massei, Ítalo Savelli e Vicente Botta.. Os imigrantes e seus descendentes, urbanizados, com economias e habilidades profissionais, ascenderam social e economicamente. Os Arruda Botelho, os Camargo Penteado, os Moreira de Barros, os Abreu Sampaio, os Salles, os Cunha Bueno cederam espaço para Thomaz Krovitz,Abel Giongo, Rugiero Mastrofrancisco,Gabriel Arab, Caetano Censoni,Dante Ciarrochi, Pietro Maffei,Michelle Giometti, Carlo Facchina,Hugo Dornfeld, Nicolau e Saba Sallum, José Zambrano,Germano Fehr,Irmãos Masci,José Narvaez,Miguel Abdelnur, Irmãos Crnkovick, Fritz Johannsen, etc. A diversidade econômica modernizou a cidade, que recebeu vários melhoramentos urbanos, dentre eles os Bondes. Decorrente desse progresso, e em face da localização privilegiada na parte central do Estado, São Carlos recebeu a instalação de universidades e se beneficiou da descentralização das industrias da Capital, recebendo, em 1.945, a transferência das Indústrias Pereira Lopes, que, inicialmente, produzia pequenos motores elétricos e que, depois da 2a. Grande Guerra passou a fabricar fogões elétricos e a gás, reorientando, mais tarde, a produção para geladeiras, da marca "Clímax. Posteriormente a família Pereira Lopes, capitaneada pelo médico Ernesto Pereira Lopes passou a fabricar os tratores CBT, tornando-se os maiores industriais da cidade, advindo disso um poder político respeitável, elegendo-se, em 1.947, deputado estadual e, por várias legislaturas, Deputado Federal.
O Autor: Oswaldo Mário Serra Truzzi nasceu em 1.957, em Campinas-SP. Engenheiro por formação, pela Escola de Engenharia de São Carlos-SP, obteve mestrado em Administração pela FGV-SP. Doutorado em Ciências Sociais, pela Unicamp, e é professor da Universidade Federal de São Carlos. Escreveu, além da presente obra, Patrícios - Sírios e Libaneses em São Paulo ( Hucitec, 1997), Memorial dos Vassimon ( 2001) e, em co-autoria, Café, Indústria e Conhecimento ( EdUFSCAR/Imprensa oficial, 2008).
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