Acessos: 2.516.347
Livros
A
B
C
D
F
G
I
J
L
M
N
O
P
R
S
T
U
V
 
- São Joaquim da Barra (14)
- São José da Bela Vista (3)
- São José do Rio Pardo (36)
- São Simão (15)
- Sacramento-MG (18)
- Sales Oliveira (7)
- Santa Cruz da Conceição (2)
- Santa Cruz da Esperança (3)
- Santa Cruz das Palmeiras (20)
- Santa Ernestina (2)
- Santa Lúcia (1)
- Santa Rita do Passa Quatro (23)
- Santa Rosa de Viterbo (10)
- Santo Antonio da Alegria (1)
- São Carlos (113)
- São João Batista do Glória-MG (1)
- São João da Boa Vista (10)
- São Pedro da União-MG (1)
- São Sebastião da Grama (1)
- São Sebastião do Paraíso-MG (16)
- São Tomás de Aquino-MG (2)
- Serra Azul (5)
- Serrana (8)
- Sertãozinho (57)
 
São Carlos

Sumário / Índice
Urbanização e Acumulação – Um Estudo Sobre a Cidade de São Carlos
de DE CAMPOS BALIEIRO DEVESCOVI, Regina
Ano: 1987
Nº de Páginas: 242 pp.
Editora: Arquivo de História Contemporânea-UFSCar
Como acentuado na apresentação, embora tendo por foco a evolução econômica e urbanização de São Carlos, preocupou-se a autora de extrair dessa realidade ilações capazes de resgatar questões mais gerais que elucidam aspectos importantes do processo de urbanização das cidades do interior paulista.
Como é sabido e bem estudado, o desenvolvimento do estado de São Paulo teve por base a cafeicultura. A riqueza proporcionada pela rubiácea possibilitou fosse explorado o território até os seus limites, estendendo-se da capital até esses mais distantes rincões as mais eficientes linhas férreas, que facilitavam o intercâmbio de mercadoria e o acesso ao grande centro comercial e ao porto de Santos. Por outro lado,com a escravidão em seus estertores, bem recepcionou, com muito trabalho e oportunidades, a ociosa mão-de-obra européia. O município de São Carlos, na expansão da onde verde, foi atingido em 1.840. O primeiro trem chegou a 15/10/1885 e os imigrantes surgiram, com uma primeira experiência, em 1876, com alemães, e consolidando-se com maioria italiana, já por volta de 1.880. Antes disso era um aglomerado de casebres, com potencialidade, como anotou Taunay em "Visões do Sertão". Com o café transformado em valioso produtor de exportação, vieram os fazendeiros, artesões, profissionais liberais, jornalistas, funcionários, os quais foram agentes da primeira fase do efetivo processo de urbanização da cidade. A administração foi organizada, e com ela a vida política, abriram-se ruas e avenidas, palacetes, teatro, Santa Casa, Casa de Caridade e cemitério foram construídos, jornais foram publicados. A primeira rede de esgoto foi implantada. Até um sistema moderno de transporte foi introduzido: os bondes.Nesse tempo, a população era predominantemente rural. Apenas quando se iniciou a decadência da economia cafeeira se irá sentir os "efeitos urbanizadores do café". O esgotamento das terras e as crises relacionadas com a superprodução do café provocaram a descapitalização dos produtores e, a partir da década de 20, começou a fragmentação das terras e a debandada dos colonos para outras fronteiras agrícolas e para a cidade. Em São Carlos, de 1.920 a 1.940 a população urbana cresceu 67,1 % e a rural sofreu uma queda de 41,1%, sendo que o município perdeu 10,35% de sua população. Sobretudo, dentre os italianos, muitos eram excelentes profissionais, habeis no trabalho mecânico, com madeira,, com tecidos, com mármore, com metal, na construção. Assim como eram bons músicos. A liberação dessa mão-de-obra especializada do campo para a cidade, fez com que houvesse uma reorganização na produção, como também na pólítica, ocorrendo, destarte, a hegemonia urbano industrial. Na produção, surgem uma pletora de pequenas oficinas,de produção de bens e de prestação de serviços, as quais, mais tarde, irão se transformar das grandes indústrias da cidade. Na vida política, os embates entre os remanescentes da burguesia rural com a nova classe de comerciantes, pequenos industriais, profissionais liberais, farmacêuticos, jornalistas e funcionários públicos. A vinda da população rural para a cidade ocasiona, como consequência, a expansão do polo urbano de São Carlos, com o surgimento de novos bairros, a necessidade de estender os serviços públicos e o aparecimento de sinais de desemprego, como a presença de engraxates e mendigos.Segundo informações colhidas no Catálogo das Industrias do Estado de São Paulo, entre 1.941 e 1.945, foram fundadas em São Carlos 62 unidades produtivas urbanas, entre pequenas, médias e grandes, que empregavam 185 operários e desenvolviam produção bastante diversificada de bens de consumo e de reparação. Dada uma série de fatores, dentre eles a localização, a construção de rodovias, desenvolvimento tecnológico, mão-de-obra disponível e melhoria no ambiente econômico do país, o processo urbano industrial de São Carlos se desenvolve desde então, transformando a cidade em grande polo industrial de ponta, como também um grande centro universitário, aumentando consideravelmente a sua população. Vale notar que, não obstante a grande expansão urbana decorrente desse desenvolvimento, e uma certa hierarquização da ocupação do espaço, a marginalidade social, embora exista, não assumiu uma situação não controlável. Uma das razões apontadas é que é uma cidade com absorção de mão-de-obra e que não serviu, como outras, de moradia para o trabalhador volante da agricultura.
voltar