Coletânea dos 10 contos premiados e outros 7 indicados para publicação no concurso literário promovido em comemoração aos 150 anos de S.Carlos e cuja temática foi "São Carlos, 150 Anos de História e de Estórias". Os contos premiados, pela ordem de classificação foram: "Foi numa manhã de primavera", de Roseli Duarte, relembra, com nostalgia, a sua infância e juventude vivida em S.Carlos. Como em um filme, faz o retrospecto desse tempo, citando pontos da cidade; "Escada abaixo", de Cinthia Aparecida Tragante, onde são colocadas em cena a figura mítica de Ana Carolina, a Condessa do Pinhal, e a avó Tõnia, a qual, mal das pernas, quis repetir o tratamento que aquela fazia numa escada, no meio das água, para ficar boa das pernas.Por muitos dias, Tonia repetiu as ações da condessa até que caiu e agravou o mal das pernas; "A ferro e fogo", de Luiz Felipe Hortenzi Vilela Braga, explica a razão porque a fazenda Santa Claro recebeu o nome de Botafogo.No limiar do século XX, dentre os imigrantes, sobressaio a figura de Felipe Krügger,topógrafo contratado para demarcar as terras da sesmaria do Quilombo. Ao vislumbrar o grande desmate para o plantio do café, previu uma tragédia ambiental. Além de um acidente que matou gente e animais, por ocasião do corte de árvores, presenciou o fogo descontrolado que atingiu outras propriedades, provocando grande dano; "Eu e os trilhos", de Israel Alves Jorge de Souza, onde relembra os trilhos dos Bondes e da Estação Ferroviária, mas, acima de tudo, relata a trajetória de seu avô, humilde sapateiro, o qual, com sua integridades, concorreu para a história de São Carlos, evocando escritores que lembram que a história também é feita pelo povo, nas apenas pelas elites; "O significado do equinócio", de Emerson de Stefani, teria Luis, o engenheiro, o encontrado ao cair desfalecido naquele estacionamento, ao medir forças com Geraldo, o pintor, que contratara para a pintura de sua casa e a quem ofendera e negara um adiantamento; "De como o córrego do preto Gregório ficou conhecido como Córrego do Gregório", de Getúlio Alho", é explicado envolvendo Carlos José Botelho, o "Botelhão" e o negro Gregório. Botelho pegou o "picadão", caminho para Cuiabá, mas quando chegou às margens de um córrego, divisor de duas colinas, deporou-se com o negro, que se apresentou com o nome de Gregório. Botelhão queria demarcar as terras da sesmaria do Pinhal, recebida de herança de seu pai. E para localizá-las, à pergunda do capataz Romão, onde as terras ficavam, respondeu-lhe - Prá lá! A gente segue a água da biquinha, atravéssa o córrego do Gregório e lá pra diante já são as minhas terras!; "O padre da Babilônia e o desafortunado Zaroba", refere-se ao padre alemão, que chegava com suas estranhas benzeções ressuscitar mortos, era da vila de Babilônia. Chamado a S,Carlos para ministrar extrema-unção ao Zaroba Tavares, o fez, mas o doente desfaleceu, tendo um médico atestado a sua morte. Conduzido ao cemitério, ouviu-se um barulho e,aberto o caixão, Zaroba ergueu-se e lentamente se levantou. Todavia, seu irmão, meteu a mão na cara de Zaroba e decretou: - Deista ai de volta, sô!. O doutor faou que voce está morte! E voce, quer saber mais do que o médico? "Deixe o vento soprar", de Gabriel José Innocentini Hayashi, onde igualmente , evoca boas recordações do passado de São Carlos, bem como de seus tipos populares; "O cabalista de votos", recorda das eleições do período da primeira república, quando se digladiavam os "araras", republicanos, contra os "camaleões", conservadores. Tempo em que as eleições eram fraudadas e "Humaníssima", um triângulo amoroso envolvendo Roberto, Clara e Pedro.
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