Nascido em São Carlos e, alí, tendo vivido grande parte de sua vida, o autor, residindo em Santos-SP, apresenta esta coletânea de crônicas, através das quais, com nostalgia, extrai da memória momentos em que viveu a terra natal com intensidade. Logo no início, confessa: " Eis meus solenes e tácitos monólogos de saudades, Velhas "moedas"" de meu rico e pobre tesouro! Pieguices, tristezas, velhices, sandices,vaidades? São apenas lembranças...que a mim valem ouro! Já no título, na capa e na crônica "Velho Bonde" a lembrança de um dos ícones mais festejados da cidade, os bondes da Companhia Paulista de Eletricidade (CPE), que trafegaram por suas ruas de 1.914 a 1.962. Na abertura, a crônica "Minha Velha e Querida São Carlos", onde faz um mergulho no passado, valendo-se da frase introdutória "sou do tempo", tudo para recordar o "Bar do Pistelli", " o footing, as procissões, a figueira e as andorinhas do Largo da Matriz", o ""Café do Centro" e o rival "Taco de Ouro", a "Zona", perto do centro,do time do Paulista e do Zuza, o demônio-louro, a multidão que frequentava o Ginásio João Marigo Sobrinho, quando o time de basquete de São Carlos jogava, os tipos polulares, o Tchitchio Laio, a Catarina Bum e o Zé-da-Catarina, o Cine São Carlos, as enchentes do Córrego Gregório, o Hotel Acácio,o carnaval, com os cordões dos negros da Aliança ou Flor de Maio, o acerto dos relógios pelos trens da Paulista, quando os únicos bairros eram a Vila Prado e a Vila Nery, a jaqueira da Chácara do Monteiro e as Cruzadas de São Benedito e da Congregação Mariana, com os seus craques do ping-pong. Na seqüência, destaque para a crônica "Primeiro Título de Campeã?!" a recordar o sucesso da Associação Atlética AAA 7 de maio, da Escola Superior de Educação Física de Sãop Carlos nos Primeiros Jogos Universitários do Interior do Estado de São Paulo, realizado em Piracicaba-SP, nos idos de 1.950. Interessantes, ainda, as crônicas que se reportam a outro ícone, a Represa do Broa, "Quando a Broa era o Broa", "Voltando do Broa, a Pé!..." e "Nadando "cachorrinho". Alí, cujas águas eram plenas de lambaris, onde se nadava, jogava-se o futebol e bebia muita cerveja, não existindo grandes árvores, nem construções e as barracas eram escassas, tal como o transporte, pura natureza, bem diferente dos dias atuais...Evoca o autor, também, da "Casa Ada", lembrando da proprietária Júlia Barbieri Ambrogi, cujo marido morrera precocemente, fazendo com que ela, com denodo, tocasse o negócio e criasse bem os filhos. A loja vendia de tudo: material escolar, fogos, adereços carnavalescos, sementes para plantio, anzóis e equipamentos para pesca e outros produtos. na crônica "Palestra", recorda o autor da Escola Primária "Dante Alighieri", fechada por ocasião da 2a. Grande Guerra. Na crônica "Os Carnavais do Aristeu", rememora os carros alegóricos que representavam algum tema em voga; Na crônica "Bom Dia!...Seu Arruda", o autor estabelece um diálogo com a estátua de Jesuíno Arruda, colocada ao lado do mercado municipal, tocando num assunto, até hoje, polêmico, sobre a participação dessa personalidade na fundação da cidade.Ao autor, a estátua não lhe pede o fim da polêmica, mas, sim, que a coloquem num local melhor, mais condizente com a sua importância histórica. Após outras 5 crônicas sobre São Carlos, o autor apresenta a 2a. Parte com 06 pequenos contos,intitulados "Minha Mãe", "Vespera de Natal", "Meu Testamento", "Penso...Logo, Existo!", "Suicídio" e "Globalização"". O Autor: João Genovez nasceu em São Carlos, onde concluiu a sua formação, desde o primário até o curso superior de Educação Física, tendo se formado, ainda, em Contabilidade pela Escola de Comércio de Julien Fauvel. Por concurso, foi funcionário do antigo Banespa e Agente Fiscal de Rendas. Em Santos, para onde se mudou concluiu, pela Faculdade Católica, o curso de Direito, dedicando-se à advocacia no Forum local.
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