Impressionados com o "boom" imobiliário que estaria descaracterizando o centro histórico de São Carlos, os autores se juntaram numa tentativa de fixar para as gerações do presente ( e certamente do futuro) as imagens de uma São Carlos que já não existe.É um trabalho de história e de memória urbanística.
O autor do texto, Ary Pinto das Neves, baseando-se em pesquisas nos jornais antigos, nos almanaques, principalmente em Cincinato Braga, Theodorico Camargo e Octaviano Vieira, procurou demonstrar os três instantes da história são-carlense: A São Carlos da Fundação, de palha e de barrote, cuja existência se marca, de fins de 1.855, com suas modestas casuchas, improvisadas em torno do pátio da capela e derramando-se ladeira abaixo pelas ruas laterais até os alagados das águas do Gregório.
A São Carlos da estrada de ferro, de tijolos e de telhas, com seus solares nobres, assobradados e de sacadas ornadas de brazões, que poderíamos datar de a partir de 1.880, quando foi elevada à categoria de cidade e, por fim, a São Carlos do presente, de edífícios de muitos andares, de cimento armado e estrutura de ferro, com a sua magnífica catedral, cujo zimbório refulge ao sol da tarde são-carlense. Esta São Carlos de hoje, poderíamos datá-la da demolição do velho templo, iniciada em julho de 1.949. Por seu turno, em magnífico trabalho de "bico de pena", o desenhista Júlio Bruno restaurou a velha paisagem são-carlense, com suas ruas de paralelepípedos, os grandes solares dos coronéis, os edifícios escolares, as casas comerciais, as sedes das associações, as linhas dos bondes, a estação, a linha férrea com trêns a vapor, os edifícios administrativos, os templos religiosos e os marcantes casarões das fazendas.
Autor do texto: Ary Pinto das Neves nasceu em São Paulo, em 1919, tendo se radicado em São Carlos nos anos 1940. Foi diretor do Colégio Diocesano. Ingressou no magistério oficial na década de 1.950. Foi diretor do Colégio "Militão de Lima" e do Departamento de Educação e Cultura da Prefeitura Municipal de São Carlos. Destacou-se como pesquisador da história de São Carlos. Faleceu em 2.004.
Por seu turno, o co-autor Júlio Bruno,
O autor dos desenhos: Júlio Bruno nasceu em São Carlos em 1.905, foi artísta plástico e educador. Foi fundador da Escola Técnica do Comércio D. Pedro II, em 1.928, bem como do Ginásio Pedro de Alcântara, em 1.950, e da Escola de Belas Artes, em 1.952. Ingressou no magistério oficial em 1.951. É autor das obras "Didática de Desenho" e "Problemas da Sala de Aula", premiadas e publicadas pelo MEC. Faleceu em 13 de novembro de 1.992.