Acessos: 2.506.422
Livros
A
B
C
D
F
G
I
J
L
M
N
O
P
R
S
T
U
V
 
- Resende (2)
- Restinga (2)
- Ribeirão Bonito (3)
- Ribeirão Corrente (1)
- Ribeirão Preto (777)
- Rifaina (4)
- Rincão (3)
- Rio Claro (17)
 
Ribeirão Preto

Sumário / Índice
Porta de Hangar - Crônicas da Aviação
de FONSECA JR., Celso
Ano: 2008
Nº de Páginas: 225 pp.
Editora: ASA
Como é sabido, a Porta de Hangar é, dada a própria natureza de sua função, uma abertura ampla. Por isso, o título foi bem adequado, pois as pequenas historias no livro contidas se constituem, inequivocamente, em partes inseparáveis de uma grande história sobre a aviação brasileira, da qual o autor é um grande retratista. Aficionado pela aviação, o autor é, e demonstra em sua obra, um profundo conhecedor dos tipos de aviões, de suas séries, dos fabricantes, e de todos os tempos. Conhece, igualmente, um leque de histórias e estórias da aviação militar e comercial do Brasil, com seus personagens, locais, ocasiões de sucessos e de tragédias. Ainda , dada a sua condição de instrutor, o autor também é especialista em técnicas de voo, conhecedor de seus termos e jargões. No que diz respeito às crônicas propriamente ditas, dado o carater regional dos livros postados neste site, especialmente nos chamou a atenção a crônica “Andanças e Façanhas de Um Certo Wladimir e Outros Cavaleiros” que, a propósito de traçar um perfil pessoal e profissional do piloto Wladimir Milani, cita passagens e menciona pessoas que fizeram a história do Aeroclube de Ribeirão Preto. Assim é que Wladimir brevetou-se em Ribeirão Preto, em 1.954, sendo que à essa época eram instrutores do Aeroclube local Ivo Tiezzerini, Nagib, Hugo Boareto, Gilberto Durval Lautenschläger, Walter Gandra de Lucca e Erick Vieira de Almeida. Nessa parte, o autor se detém um pouco mais ao falar de Erick e Gilberto. Também se relaciona com Ribeirão Preto, a crônica “Aquele Vôo Rasante”, que teria acontecido na manhã de 12 de maio de 1.971, e proporcionado pelo desconhecido piloto do Cessna T-37C, da Academia da Força Aérea (AFA), de Pirassununga, por ocasião da morte do genitor do autor, Celso Fonseca, outro apaixonado por aviões, e que, nos bons tempos de sua vida, pilotara os HLs, os Muniz, os Moths, junto com os outros aficcionados pela aviação e grandes profissionais Bertelli, Parada e Aylor.Outra crônica que trata de um personagem ligado à aviação, e que esteve por estas paragens, é “Um Grilo Rebelde”, que faz menção às peripécias do Guarda Civil de São Paulo ( cujo membro tinha o apelido de “grilo”, porque apitava ) e instrutor Remo Rocco, que se brevetou fez o famoso Curso de Monitores no Aeroclube de São Paulo. Foi contemporâneo de Celso Fonseca, pai do autor, e pilotava os modelos Moth e Curtiss, com a mesma habilidade com que perseguia veículos infratores com as Indians e Harleys da Corporação. Rocco deu instruções em Batatais até que surgiu uma confusão, com ele no meio, vindo a desaparecer. Na crônica “Um Indivíduo Proteiforme e Um Avião Chamado Abel”, en passant, dá duas informações que tem a ver com esta região, ou sejam, que o paraquedista Casemiro O´Czerny, polonês, ex-goleiro da Portuguesa, também pintor sensível e pugilista diletante, saltou pela última vez em Casa Branca-SP e que o companheiro de acrobacias aéreas de Charles Astor, um alemão de nome Hans Guzy teria falecido em um acidente por ocasião de uma exibição em Mococa-SP. Na crônica “”Jovem, Você Pode Voar Solo no GDX”, fala do experiente piloto que fêz história em Ribeirão Preto, Nelson Di Giovani, contando que ele, certa feita, pilotando o PT-19, com um “bombardeador” na carlinga traseira, deu um mergulho no Fairchild e jogou a bola no Estádio Luiz Pereira, do Botafogo-FC, na Vila Tibério, em Ribeirão Preto, para o pontapé inicial. Ainda sobre Nelson, conta de seu amor por uma moça de Pontal-SP, a quem levou sobrevoar essa cidade e, ainda, a presenteou com um PT-19 caprichado de balsa e papel japonês. Mas, contudo, nem assim venceu a disputa com um rival...Ainda sobre Nelson, conta que ele teria sido instruído por Erick Vieira de Almeida e tirado o brevet em janeiro de 1.947, iniciando a carreira profissional voando um Luscombe Silvaire, pertencente ao médico Luiz Leite Lopes, que dá o nome ao Aeroporto de Ribeirão Preto. Outros casos contou como a queda com os pecuarista José Franco do Amaral e seu filho José João. Também quando, em 1.962, foi buscar nos EEUU um Cessna para o empresário João Marchesi, gastando 46 horas de Wichita até Ribeirão Preto. Refere-se ao fato de ter ele Wando, Geraldo Volta e Cricri terem trazido um Skyhawk para o Aeroclube. Por fim, aborda o casamento com Reginice, o casal de filhos Solimar e Leandro e o artigo do jornal “O Diário da Manhã, de Ribeirão Preto, o qual, em uma ediçao de 11.960, anunciava Nelson como “o piloto milionário do Téco Teco/ 7.000 horas e 1.000.000 de Kms. Na crônica “Militares e Outros Aviadores”, o autor menciona como membro da primeira turma de aviadores, formada pelo Exército, em janeiro de 1.920, Gil Guilherme Christiano, irmão de outros dois pilotos Valdo e Ismael, todos filhos do ex-Juiz de Direito de Ribeirão Preto, Dr. Eliseu Guilherme, que inclusive é nome de rua em nossa cidade. Gil, como segundo-tenente, faleceu em acidente aéreo em 1.920. Ismael também morreu, em 1.943, em um acidente como piloto de um Lockheed Lodestar, da Panair. Valdo aposentou-se depois de ter sido instrutor de vôo. Ainda nesta crônica, o autor conta que, em 1.993, por ocasião do aniversário da Esquadrilha da Fumaça, em Pirassununga, com lançamento do livro “Esquadrilha da Fumaça”, do jornalista Lu Gomes e do fotógrafo Hélio Campos Mello, foi convidado para as festividades, participando do almoço com o Ministro da Aeronáutica Omar Fontana. Na crônica “Um Piper de Asas Curtas”, o autor conta sobre o seu segundo vôo em Ribeirão Preto, quando foi trabalhar no aeroclube, como instrutor, em 1.956, para substituir o comandante Júlio de Magalhães Alves. Conta, mais, que terminado o Curso de Monitores, em janeiro de 1.956, foi ajudar o pai na granja em Orlândia-SP, quando tomou conhecimento da vaga de instrutor em Ribeirão Preto, onde chegou com o trem da Mogiana, descendo na estação do Alto. Alí veio a solar no PA-20, tendo assustado Nelson di Giovani, que ficou preocupado em perder o seu ganha-pão. Dias depois, voou com Hugo Boaretto até Tupa-SP, tendo sido considerado um piloto seguro. Na crônica “Portinari, Futebol e os Aviões que não tivemos”, conta sobre o pai, Celso Fonseca, seus trabalho, a sua dedicação ao futebol e o o episódio da campanha pública feita para lhe doar um avião. O pai escolheu para a aquisição um Fairchild F-24. Ocorre que, instada a colaborar na campanha, um locutor da PRA-7, deixou escapar no ar, a infeliz frase: “Se esse tal de Cesar Fonseca quiser, dar-lhe-emos um velocípede”, no que foi ouvido por um parente, que fez chegar o desaforo aos ouvidos de Cesar, o qual, de imediato, desautorizou a campanha. Na crônica "SOS do Mundo Maior”, o autor se refere a Osmar Vecchi, habilidoso mecânico de aviões, que transferira a sua oficina de Ribeirão Preto para o Aeroporto de Batatais-SP e que, no início de 1.980, acidentou-se no percurso Ribeirão Preto a Batatais, vindo a falecer. Refere-se, ainda, à mensagem mediúnica que a sua mãe, D. Augusta Vecchi, dele recebeu, através do médium Chico Xavier, esclarecendo que estava bem, fora socorrido pela bisavó D, Pierina, o que confortou, sobremaneira as dores maternas. Por fim, na crônica “O vôo derradeiro”, o autor menciona do Comandante Moacyr, que era bastante experiente e fez história na aviação, e que acabou sendo encontrado doente , em Mato Grosso, pelo fazendeiro Flávio Uchoa Junqueira, então presidente do Aeroclube de Ribeirão Preto, que o trouxe para Ribeirão Preto e o internou no Sanatório Esquirol, não que estivesse louco, e sim porque não havia vaga em outros hospitais, sendo que, alí, como era brincalhão, se fazia de louco para com as enfermeiras.
O autor Celso Fonseca Jr. nasceu em São Paulo, em 1.932. É formado em Letras e apossentou-se como professor. Aficcionado em aviação, após tirar o brevet foi reprovado no exame médico para piloto comercial, tendo feito o antigo Curso de Monitores no Aeroclube de São Paulo, habilitando-se como instrutor de pilotagem elementar. Exerceu essa função em três Aeroclubes do interior, com incursões menores no táxi-aéreo, voo à vela e viagens avulsas. Na condição de escritor, especialista em aviação, além do presente livro, publicou o romance "O instrutor de voo" e o livro de poesias "Colheita no Tempo". Colaborou com artigos para jornais e revistas. Em preparo, está o livro de contos "O Inventor do Aeroplano".
voltar