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Araras

Sumário / Índice
Igreja Matriz Nossa Senhora do Patrocínio - Araras - Restaurando nossos Laços
de BARBOSA HERGERT, Padre Vladimir e FIGUEIREDO DE OLIVEIRA, Ivany
Ano: 2001
Nº de Páginas: 95 pp.
Editora: Gráfica Topazio
O livro foi lançado para comemorar a conclusão do trabalho de restauração da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Patrocínio de Araras e, como a sua existência completava 120 anos, aproveitou-se a oportunidade para recontar a sua história e suas atividades no decorrer dos tempos. De conformidade com a historiografia local, no local em que veio surgir Araras, então município de Limeira, existia a propriedade "Sítio das Araras", pertencente a Joaquim Franco de Camargo, mais conhecido por Alferes Franco. Com a morte deste, em 1861, parte dessa propriedade coube, na herança, à filha Manuela Assis de Cássia, casada com Bento de Lacerda Guimarães, futuro Barão de Araras. Ao tomar posse da herança, no local, foi implantada a Fazenda São Joaquim, em cujas terras passava a estrada que ligava Limeira a Pirassununga (Estrada dos Fazendeiros). Ao lado dessa estrada, e no alto de uma colina , o casal, em 19/03/1865, através de escritura pública lavrada no 1° Tabelionato de Limeira, doou um terreno de 1.100 metros de comprimento por 800 metros de largura, para a constituição do patrimônio da capela erigida em louvor a Nossa Senhora do Patrocínio, pois a filha do casal, Maria Dalmácia, estudava no Colégio Nossa Senhora do Patrocínio em Itu-SP. Nessa escritura ficou constando que os doadores, seus herdeiros e todos os que concorreram para a edificação da capela ali poderiam construir as suas casas. Outras doações de terras foram feitas e, assim, no entorno, muitas casas surgiram, ocasionando a instituição, administrativa e eclesiástica, da "Freguesia de Nossa Senhora do Patrocínio das Araras", primeira denominação do povoado, através da lei provincial n. 42, de julho de 1869. Apenas 02 anos depois, dado o rápido desenvolvimento, o lugar foi elevado à villa (município) pela lei provincial n. 29. A propósito da padroeira e que deu nome à povoação, tem a ver com o episódio bíblico das bodas de Caná (João 2-1,11), quando, graças ao PATROCÍNIO de Maria, Jesus salvou a festa, transformando em excelente vinho seis talhas de água. Reconhecendo a intercessão de Nossa Senhora em favor dos cristãos, o rei Felipe IV (1621-1665) solicitou ao Papa Alexandre VII (1655-1667) permissão para a celebração da Festa em agradecimento ao Patrocínio de Nossa Senhora, o que lhe foi concedido através da Bula "Praeclara Christianissimi, de 28 de julho de 1656. A devoção acabou chegando ao Brasil em Itu-SP, através do Frei Jesuíno do Monte Carmelo, o qual inicia a construção de uma igreja em louvor a Nossa Senhora do Patrocínio, concluída pelo Padre Simão Stock. Ao lado dela, em 1858, é fundado o Colégio Nossa Senhora do Patrocínio para a educação de meninas, sob a direção das Irmãs de São José. daí ter ali estudado Maria Dalmácia, filha dos doadores do patrimônio da Capela de Araras. Aconteceu, porém, que, após 19 anos de existência, uma nova MATRIZ foi necessário construir, o que foi possível graças à disposição testamentária feita pelo fazendeiro Albino Alves Cardoso, outro genro do Alferes Franco, doando a vultosa quantia de 20 contos de réis para as suas obras. Outras doações de moradores da região e o arrecadado numa loteria possibilitaram o apressamento das obras, que foram concluídas em 27 de janeiro de 1881. A propósito dessa nova edificação, o livro traz uma radiografia completa, sob o aspecto arquitetônico e artístico. O arquiteto-construtor foi Tristão Franklin de Alencar Lima. O estilo é neoclássico e sua fachada é considerada uma réplica da Basílica de São João de Latrão de Roma. Em 1907, foi implantado o maior dos sinos, de 500 quilos, vindos da Holanda e doado pelo Barão de Tatuí. Em 1912, foi refeita a pintura interna. No mesmo ano, foi inaugurada, no lado direito da porta principal, a gruta de Nossa Senhora de Lourdes. O altar mor foi pintado por Joaquim Miguel Dutra. o relógio é alemão. Em 1920 e 1921, foram efetuadas a pintura da cúpula e da sacristia. Ainda em 1921, a imagem da padroeira, dada a sua descoloração, foi ela enviada para restauro em São Paulo. Até hoje, persiste uma dúvida em torno dela. Pela tradição oral, sabe-se que essa imagem de N.S. do Patrocínio, trazida da França e doada pela viúva do benfeitor Albino Alves Cardoso, era esculpida de madeira, não tinha o menino Jesus nos braços, mas apenas um cetro na mão direita. Além disso seu manto azul-pavão era salpicado de estrelas douradas. Todavia, ao retornar do restauro, a imagem N.S. do Patrocínio carregava, no braço esquerdo, o menino Jesus, não possuía o cetro da mão direita e muito menos o seu manto azul ostentava as estrelas. No livro, foram lembrados os nomes de todos os párocos e vigários, com especial destaque para o Monsenhor Paschoal Francisco Quércia Sobrinho, que realizou notável obra pastoral durante os 52 anos à frente da paróquia, de 1926 a 1978. Na década de 1940, o então Cônego Quércia, junto com decoradores e arquitetos, chegaram à conclusão que as pinturas internas não estariam de acordo com a arquitetura neoclássica externa. E assim foi contratado o pintor esloveno Francisco Pavlovic, que redecorou com notáveis motivos florais e sacros o forro da nave, o forro e as paredes da Capela Mor, bem como o forro e as paredes laterais da Capela do Santíssimo. Com a morte do Monsenhor Quércia em 12/02/1978, a sua obra pastoral, assim como a manutenção e atualização das alfaias prosseguiram através de seus sucessores Padre Dorival Lanza (1978 a 1984), Padre José Correa, Padre Ercílio Mazzola Bertolini e Padre Vladimir Barbosa Hergert. Na obra, a menção à Escola Cantorum Santa Cecília e ao Hino da Padroeira. Ainda no livro são lembrados os membros da primeira Comissão Executiva, constituída, pelo pároco Padre Vladimir Barbosa Hergert, para que a restauração fosse realizada. Foi lembrado, ademais, que, em 25/06/1996, foi firmado contrato com o Grupo “Oficina de Restauro”, de Belo Horizonte-MG. No período dessa primeira Comissão foram restauradas a pintura dos forros, a pintura das paredes, das colunas, bem como foram restauradas as estruturas das fundações, do telhado e da cúpula. Em 14/04/1999, assumiram dos membros da segunda Comissão Executiva, a qual, em sua gestão, restaurou os Vitrais, a pintura externa e a calçada. Ao final do livro, em reconhecimento ao trabalho realizado, o autor presta homenagem aos membros das Comissões Executivas e Colaboradores tanto da restauração, como aqueles que possibilitaram a elaboração do livro, citando todos os seus nomes.
O autor Padre Vladimir Barbosa Hergert nasceu em 28 de julho de 1967 e era natural de Limeira. Foi ordenado presbítero em 14/02/1993, por Dom Ercílio Turco, bispo de Limeira. No mesmo ano tornou-se pároco da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Patrocínio de Araras, onde permaneceu por 20 anos, empreendendo a sua restauração, que veio a se tornar Basílica em 3 de julho de 2010. Na condição de Vigário-Geral da Diocese de Limeira (desde 2011) e pároco da paroquia Jesus Crucificado de Iracemápolis, veio a falecer em 16/11/2017, aos 50 anos de idade.
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