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VOCÊ SABIA...que, no dia 26 de dezembro de 1870, nasceu em Estância, estado de Sergipe o engenheiro FLÁVIO DE MENDONÇA UCHÔA? Como empreendedor, no seu tempo, pode ser equiparado a Antônio Diederichsen e Meira Júnior.  Formou-se em engenharia civil pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Iniciou a sua atividade profissional na Estrada de Ferro de Porto Alegre a Uruguaiana. Trabalhou na diretoria de Obras Públicas de São Paulo, chefiando a 2ª Divisão da rede de Águas e Esgotos de São Paulo. Tendo se casado com Evangelina Silva Prado (12/11/1874-11/10/1915), filha de Martinho Prado Júnior e Albertina da Silva Prado, mudou-se para Ribeirão Preto, onde assumiu a direção da fazenda Guatapará, pertencente ao sogro. O casal teve os filhos Flávio (1896), Amélia (1897), Sílvia (1898), Evangelina (1899-1900), Raul (1900), Martinho (1902), Affonso (1904), José Jacinto (1906) e Luiz (1908) e Jorge, todos Silva Prado Uchôa. Foi um profissional competente, mas, acima de tudo, um idealista e que tinha um grande amor por Ribeirão Preto. Tendo a retaguarda da família Silva Prado, enriquecida com o café, implantou os serviços da Empresa de Água e Esgoto (1903), cujos principais acionistas eram Antônio Prado, Martinho da Silva Prado Júnior, Caio da Silva Prado e Plínio da Silva Prado. Fazia a captação de água no Rio Pardo, trazendo-a por declive e, também, abrindo poços semiartesianos. Depois, reorganizou, em 1918,  a Empresa de Força e Luz, que fora empreendida, desde 1898, por Rufino Almeida e Cia. Ltda., chegando a cogitar colocar bondes no centro da cidade. A principal fonte de energia foi a usina hidrelétrica, construída à margem direita do Rio Sapucaí, em São Joaquim da Barra. Foi empreiteiro do primeiro calçamento da cidade, inclusive das guias e calçadas. Nesses empreendimentos Flávio contou com a colaboração do irmão Theodomiro de Mendonça Uchôa. Dando sequência a esse dinamismo, tornou-se um dos fundadores e diretor da Companhia Eletro-Metalúrgica Brasileira, primeiro empreendimento do gênero no Brasil. Ao criar, com Meira Júnior, os Prado, e mais Osório da Cunha Junqueira; Sylvio Alvares Penteado; Manuel Maximiano Junqueira, Joaquim da Cunha Diniz Junqueira, Theodomiro de Mendonça Uchoa, Francisca Silveira do Val, dentre outros, a Cia. Eletro-Metalúrgica, em 1922, acreditava no seu sucesso porque era o produtor da própria energia, através da Empresa de Força e Luz. Para o transporte do minério até a Metalúrgica, Flávio Uchoa adquiriu a Estrada de Ferro São Paulo-Minas, que ligava Bento Quirino à estação Morro do Ferro, na então São Sebastião do Paraíso-MG. Construiu, então, o ramal Ribeirão Preto-Serrinha, fazendo chegar os trilhos até os fornos da usina. Todavia, seus sonhos foram frustrados. Por primeiro, a Empresa de Àgua e Esgoto acabou sendo encampada pela Prefeitura. Em 1926, teve que vender a Empresa de Força e Luz ao grupo canadense-americano da Eletric Bond & Share, cuja subsidiária era a Companhia Paulista de Força e Luz, para aplicar o dinheiro na Electro Metalúrgica, que acabou vindo também ter encerradas as suas atividades. Apesar de suas excelentes instalações e competentes engenheiros e produzir um metal de boa qualidade, a ponto de lhe proporcionar, em 1924, o fornecimento de toda a ferragem usada na construção do Edifício Martinelli, na cidade de São Paulo, e, mais, ter feito jus ao prêmio de Cr$ 150.000,00, instituído pelo governo federal, para a primeira Metalúrgica que atingisse a produção de 5 mil toneladas de aço por ano, vários fatores concorreram para a sua falência, dentre eles uma grande seca que provocou o aumento do preço da energia, o “crack” de 1929, a insuficiência de manancial de água e não tão boa qualidade do minério que vinha do “Morro do Ferro”, no então município de São Sebastião do Paraíso, hoje Pratápolis-MG.  Estando já bem velho (morreu em 1954), e residindo no Rio de Janeiro, confidenciara a um jornalista que sacrificara sua família e seus bens para dar a Ribeirão Preto uma projeção industrial internacional, mas cedera ante a imposição de forças superiores que tudo lhe negaram para a realização do seu grande projeto. Em sua homenagem, Ribeirão Preto lhe deu o nome de rua no Bairro Campos Elíseos. Uma curiosidade é que o local onde foi a residência de Flávio Uchoa, em São Paulo, hoje é o PARQUE AUGUSTA, com área de 23.000 m2. O projeto de Victor Debugras foi materializado em palacete em 1902. Em 1906, o imóvel foi vendido para as Cônegas de Santo Agostinho, que, ali, instalaram o Colégio "Des Oiseaux". Ali foi instalado também o Colégio Santa Mônica, para meninos e meninas e, posteriormente a Faculdades "Sedes Sapientiae". Por fim a propriedade foi incorporada à Pontifícia Universidade Católica - PUC. Ainda a título de homenagem, vale acrescentar que o filho Engenheiro Metalúrgico MARTINHO PRADO UCHÔA foi um dos fundadores da COSIPA – Companhia Siderúrgica Paulista. Em seu livrete “História da Cosipa”, de 72 páginas escritas em 1973, anotou que o pai “nunca mediu esforços para que cursasse engenharia metalúrgica na |Teschniche Hochschule de Berlin-Charlotenburg e fizesse estágio em usinas siderúrgicas da Alemanha e da Suécia, que empregavam os mesmos equipamentos da Cia. Electro-Metalúrgica, pois um de seus sonhos era ele o sucedesse na administração”.

VEJA FOTOS DOS EMPREENDIMENTOS DE FLÁVIO UCHÔA:

https://www.facebook.com/groups/352813591462861/search/?q=Fl%C3%A1vio%20de%20Mendon%C3%A7a%20Uchoa 

Serviço de Água e Esgoto

http://www.plataformaverri.com.br/index.php?local=voceSabia&mes=2&dia=24

 

Sociedade Anônima Empresa de Força e Luz de Ribeirão Preto

http://www.plataformaverri.com.br/index.php?local=voceSabia&mes=7&dia=26

 

Electro Metalúrgica Brasileira

http://www.plataformaverri.com.br/index.php?local=voceSabia&mes=4&dia=15

 

Estrada de Ferro São Paulo-Minas

http://www.plataformaverri.com.br/index.php?local=voceSabia&mes=4&dia=29