VOCÊ SABIA...que, no dia 21 de fevereiro de 1900,
nasceu, em Rio Claro-SP, ORESTES LOPES DE CAMARGO? Foi ele filho de
Antônio Cândido de Camargo e Augusta Lopes. O pai morreu quando Orestes ainda
era criança. A mãe casou-se novamente e mudaram-se para a rua do Gazômetro, em
São Paulo, onde Orestes passa a infância e a adolescência. Forma-se em
guarda-livros (contador), na já conceituada escola Álvares Penteado e, com 20
anos, a 05/07/1920, casa-se com Maria Casagrande Lopes (D. Amália), uma tecelã
das Indústrias Matarazzo, de apenas 18 anos de idade. Em 1921, quando o casal
já tinha a filha Jandyra, resolveu mudar-se para Ribeirão Preto. Dias depois,
já estava empregado, como guarda-livros, da Casa Guarany, um grande armazém.
Por volta de 1925, já era secretário da Associação dos Verdureiros, Fruteiros e
Chacareiros. Ainda na década de 20, Orestes e Amália abrem uma pensão na
esquina das ruas General Osório e Cerqueira César. Também fornecem marmitas.
Nessa ocasião, nascem os outros dois filhos Juracy e Jurandyr, sendo que este
veio a falecer em 1940, aos 18 anos. Em 1928, Orestes abre um escritório de
despachante, que também vendia títulos de capitalização, com sorteios
trimestrais. Com fama de bom contador, em 1935, recebe convite para ajudar na
administração do jornal “A Cidade”, na época, pertencente a Renato Barillari,
que estava muito doente, e a João Palma Guião, sócio sem participação financeira,
cujo pai, João Rodrigues Guião, ex-prefeito e presidente do Partido
Constitucionalista, estava abandonando a
politica. Reina, então, um clima de
incertezas no jornal e, após a morte de Renato, o seu irmão Mário Barillari
vendeu-o, em 22/10/1936, a Orestes Lopes
de Camargo. Na ocasião, o maior e melhor jornal de Ribeirão Preto era o “Diário
da Manhã". Assumindo “A Cidade”, Orestes, com o seu feeling de
empresário, compreendendo os anseios de
seus anunciantes e também dos leitores, mudou o seu perfil, tornando-o mais
comercial, menos político, mas sem deixar de o ser, e também voltado para os
reais interesses da comunidade, diretriz que empreendeu durante toda a sua
vida. Logo o colocou na liderança dos
diários da cidade, posição mantida enquanto durou. Não deixou, contudo de
participar da atividade político-partidária. Elegeu-se vereador em 1947,
tornando-se presidente da Câmara Municipal e, nas eleições de 1950, postulou
eleição de deputado estadual, pelo Partido Republicano, sem sucesso. Ainda
chegou a disputar mais cinco eleições,
perdendo outra para deputado estadual e duas para prefeito e ganhando outra
para vereador e uma para vice-prefeito, de 1º/01/1964 a 31/01/1969, assumindo a
Prefeitura, interinamente, em duas ocasiões, em que Welson Gasparini viajou
para o Exterior. Sendo um conservador, acompanhando as forças vivas locais, em
1964, apoiou o movimento revolucionário. Quando ocorreu as primeiras prisões
dos que a ele resistiam, mandou um repórter à prisão para verificar se estavam
sendo bem tratados. Deixando de participar da vida político-partidária da
cidade, Orestes Lopes de Camargo, dado o seu tirocínio, bom senso e capacidade
de somar tornou-se uma espécie de “poder moderador” da política local. Sua sala
era um verdadeiro “Oráculo”, frequentado por todas as correntes partidárias
locais, e cujos membros vinham colher a sua opinião sobre os mais diversos
assuntos da administração da cidade. Além disso, a sua visão empresarial e o
esforço da família fizeram com que o jornal se tornasse o grande balcão de
anúncios da cidade e região, granjeando grande prestígio popular e carreando grande
receita para a empresa e para a família, que se tornou proprietária de muitos
imóveis. Na administração do jornal,
Orestes Lopes de Camargo sempre contou com a inestimável cooperação de sua
esposa Maria Casagrande Lopes, conhecida por D. Amália, e por seus filhos
Jandyra e Juracy e dos
netos Orestes de Camargo Moquenco, Vera Lúcia Moquenco de Figueiredo e Maria
Virgínia Lopes de Camargo Cordeiro. O “seu” Orestes veio a falecer no dia
02/04/1993, em Ribeirão Preto. O seu
velar do alto, se veio a aquiescer à venda do jornal pelos seus familiares, não
o livrou do desprazer de ver o seu sonho e intenso trabalho se desfazer em
30/10/2018, quando foi encerrada a circulação da edição expressa do jornal A
CIDADE. A família Lopes de Camargo, representada por Jandyra Camargo Moquenco e
Juracy Lopes de Camargo, que detinha a totalidade das ações da empresa
jornalística, em 2007, vendeu 50% delas à empresa Mimp- Mídia Impressa- ligada
à EPTV, propriedades da família Coutinho Nogueira. No dia 15/03/2012, o referido grupo assumiu o
controle acionário total do jornal até o mencionado encerramento da edição
impressa. Vale anotar, por fim, as homenagens que lhe foram prestadas, com a
Avenida Orestes Lopes de Camargo, no Jardim Jóquei Clube, com o nome de um
Conjunto Habitacional "Jardim Orestes Lopes de Camargo", cuja escola
estadual alí instalada tem o nome de E.E. Jardim Orestes Lopes de Camargo. A
Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto - ALARP tem Orestes Lopes de Camargo como patrono de
sua cadeira n. 61.
VEJA A SINOPSE DO LIVRO "A CIDADE 100 ANOS FAZENDO HISTÓRIA, DE NICOLA TORNATORE, NO LINK:
http://www.plataformaverri.com.br/index.php?bib=1&local=book&letter=R&idCity=24&idCategory=7&idBook=623