VOCÊ SABIA...que, no dia 20 de julho de 1832, nasceu, em
Diamantina-MG, HENRIQUE DUMONT, filho do francês François Honoré Dumont e
Eufrásia Honoré Dumont. Formou-se em engenharia, em 1853, em Paris. Ao retornar
ao Brasil, tornou-se engenheiro de obras públicas em Ouro Preto, tendo
construído, em 1871, a ponte de Sabará sobre o rio das Velhas e também o
trecho da estrada de ferro, ligando Palmira (atual Santos Dumont) a Barbacena.
Chegou a Ribeirão Preto em 1879, adquirindo a Fazenda Arindeúva, de José Bento Diniz
Junqueira, um dos herdeiros da Divisão da Fazenda Lajeado e um dos pioneiros da
cafeicultura da região, onde se instalou com toda a família e 80 escravos, ampliando
a cultura de café já existente. Por
ocasião da visita do casal imperial Teresa Cristina e Dom Pedro II, em
24/10/1886, para angariar fundos, fez parte da “Comissão da Lavoura” constituída
por cafeicultores Henrique Dumont e Rodrigo Pereira Barreto. Em 1890, comprou a
Fazenda Albertina, de Martinho Prado Jr., iniciando o plantio de café em larga
escala. Paulatinamente, foi adquirindo uma série de propriedades, sobretudo de
outros herdeiros da família Junqueira. Na fazenda, que passara a ter o nome de
Dumont, foi plantada a maior cultura cafeeira do mundo, tendo sido cognominado
"Rei do Café II" (o primeiro foi Joaquim José de Souza Breves, de
Barra do Piraí-RJ). Para transportar o café, desde o cafezal até a estação da
Cia. Mogiana, em Ribeirão Preto, foi implantada via férrea, com a linha
principal e três ramais, sendo que seu filho Alberto Santos-Dumont, com apenas
12 anos de idade, já tinha permissão paterna para dirigir as locomotivas
Baldwin. Com a libertação dos escravos, por força da Lei Áurea, de 13/05/1888, Dumont
libertou os seus cativos que ele os trouxera da Fazenda Casal, perto de
Valença-RJ, dentre eles Honório Neris do Sacramento, Veríssimo da Cunha e Noé
Luiz, os quais, valendo-se do auxílio financeiro de Dumont, adquiriram um pedaço
de terra na área do Distrito de Cruz das Posses, município de Sertãozinho, que
veio a ser conhecido por "Colônia Preta", denominação que foi dada
pelo Cel. Francisco Schmidt, que alí costumava assistir a missas e colaborar
financeiramente para com seus habitantes. Numa ocasião, passeando de charrete, Henrique
Dumont sofreu um acidente, batendo a cabeça no chão e luxando um braço. Por
duas vezes, viajou à Europa para submeter-se a tratamento, sem qualquer
resultado, ficando paraplégico. Achando-se impossibilitado de administrar a
fazenda, Dumont, em 1891, a vendeu para a Cia. Melhoramentos do Brasil, que
tinha como sócios Paulo de Frontin, Rocha Miranda e outros. Estes, por sua vez,
venderam a propriedade, em 1894, para os ingleses, que constituíram a “Dumont
Coffee Company”, que teve como sua representada a Cia. Agrícola Fazenda Dumont,
conservando o nome que já tinha tradição no mercado. Henrique
Dumont faleceu no Rio de Janeiro, RJ, no dia 30/8/1892. Em sua homenagem, o
Município de Ribeirão Preto deu-lhe o nome de uma rua, no Jardim Paulista.
http://www.estacoesferroviarias.com.br/lugaresesquecidos/faz_dumont.htm