VOCÊ SABIA... que, no dia 15 de junho de 1917, foi inaugurada
a CATEDRAL METROPOLITANA? Como a Matriz (habilitada para ofícios religiosos em 1868),
então situada onde hoje é a fonte luminosa da Praça XV, estava com as torres caindo (tanto é que foram retiradas) e já não comportava o grande número de fiéis, em
1892, surge uma comissão encarregada de construir uma nova Igreja, formada pela elite cafeeira,
dentre outras pessoas, pelo Cel. Francisco Schmidt, Manuel da Cunha Diniz Junqueira e outros membros da então poderosa
família Junqueira, coordenada pelo pároco Joaquim Antônio de Siqueira. O local escolhido foi aquele do antigo "Largo 13 de maio". onde fora construído o primeiro cemitério por volta de 1878, localizado no quadrilátero das atuais ruas Lafaiete, Tibiriça, Américo Brasiliense e Florêncio de Abreu (Praça das Bandeiras). Em 1893, foi
lançada a pedra fundamental. A definição do projeto e o início da construção sofreram um
atraso, em razão da doença do pároco e da falta de dinheiro. Em janeiro de 1901, no Teatro
Carlos Gomes, aconteceu a reunião da comissão formada pelos engenheiros Rufino A. de Almeida, Aniceto Mazzoni e Afonso Geribello, para julgamento das 33 plantas encaminhadas
por 25 engenheiros e arquitetos. Entre os dois finalistas, o francês Victor Dubugras e o sueco Karl Wilhelm(Carlos)Ekman (1866-1940), venceu este último, cujo projeto foi pago pelo cafeicultor e senador José Alves Guimarães Júnior. Houve um novo atraso, em decorrência da epidemia
de febre amarela (1903). As obras tiveram grande impulso a partir de 1905, asob o comando do
mestre italiano Emilio Fagnani. Nesse ano, em 02 de junho, foi rezada a última missa e iniciada a demolição da Matriz Velha e a Câmara depositou o dinheiro da indenização, no valor de 50 contos de réis, pela ocupação da área para ampliação do Jardim Público. Assim, as
paredes foram levantadas entre 1905 e 1908, mas esta parte civil acabou sendo
concluída, em 1912, sob a supervisão de
Ernesto Terreri, uma vez que Fagnani acabou morrendo em decorrência de uma
queda de cavalo, quando supervisionava uma obra de captação de água na fazenda "Monte Alegre", então do Cel. Francisco Schmidt. O estilo arquitetônico é eclético, com padrões mais românicos do que gótico. Percebe-se uma influência do estilo dos arquitetos ingleses ao tempo do "Victorian Gothic", certamente em decorrência do tempo em que o arquiteto Carlos Ekman trabalhou nos Estados Unidos. A construção, de certa forma, lembra a Estação Ferroviária de Campinas, concluída em 1884. No que diz
respeito ao acabamento, o que há de mais valioso é o conjunto de pinturas nas
paredes e telas, retratando a vida de São Sebastião, o padroeiro da cidade. A
propósito dessas obras, conta-se que o pintor BENEDITO CALIXTO, entre 1901 e 1904, fora professor no
Seminário Episcopal de São Paulo, onde teve como aluno Dom Alberto José
Gonçalves, primeiro bispo de Ribeirão Preto. Em 1912, então concluída a parte
civil da construção da Catedral, Dom Alberto, estando no comando da diocese,
lembrou-se do mestre e lhe fez a grande encomenda da pintura de 6 (seis) telas,
representando a Vida, Martírio e Morte de São Sebastião, o santo padroeiro da
cidade, bem como afrescos na Capela do Santíssimo, figuras de Santos e
passagens bíblicas. O artista gastou seis anos (de 1916 a 1922) para completar
o trabalho. Para pintar os afrescos, Calixto chegava de trem, vindo de
Santos-SP, e ficava hospedado na residência episcopal. As telas, por sua vez,
foram pintadas no ateliê, em Santos-SP, e chegavam uma de cada vez, pela Cia. Mogiana.
Os quadros ornamentam as paredes laterais que antecedem o Altar e recebem as
seguintes denominações: O Primeiro: "São Sebastião restituiu a fala da
neófita Zoé"; Segundo: "São Sebastião, o defensor glorioso da
Igreja" retrata o momento em que o Pontífice consagra o soldado Sebastião
como o Defensor da Igreja de Cristo; Terceiro: "A Comunhão dos
Mártires": registra o momento em que Sebastião toma parte da celebração da
Eucaristia sobre o corpo de um mártir na Catacumba; Quarto: "O interrogatório":
eterniza o momento em que o soldado Sebastião, acusado de ser cristão, teve que se submeter a interrogatório pelo imperador Diocleciano; Quinto:
"A Primeira Coroa de Martírio": pereniza o momento em que o soldado
Sebastião sofre o primeiro martírio, sendo flechado pelos soldados, e Sexto e
último quadro: "A Segunda Coroa de Martírio": perpetua o momento em
que está sendo libertado do primeiro martírio; Sebastião é condenado pelo
Imperador Diocleciano; São Sebastião recebe o martírio até falecer. Ainda existem pinturas de Joaquim Gonçalves de Ataíde de Nicolau José Biagini. Do primeiro, as paredes laterais da nave, pinturas concluídas em 1928. De Biagini são as cenas bíblicas relatadas pelos 04 Evangelistas. Destaque ainda para os vitrais coloridos. O edifício e o seu entorno foram tombados pelo Condephaat em 2014. Na Catedral,
estão sepultados Dom Alberto José
Gonçalves, Dom Luis do Amaral Mousinho, Dom Felício César da Cunha Vasconcelos,
Dom Bernardo José Bueno Mieli, Dom Romeu Alberti, Dom Arnaldo Ribeiro e Dom Joviano de Lima Júnior, bem como o
Monsenhor João Laureano, Vigário-Geral da Diocese, e, mais, Manoel da Cunha Diniz Junqueira
(06/01/1847-12/04/1895), membro da primeira comissão de obras da Catedral, e
sua esposa Emerenciana Constança Junqueira (falecida a 07/12/1905). Os atos religiosos, enquanto se construía a catedral, primeiramente, passaram a ser praticados na Igreja de São José (inaugurada em 1903), até o dia 04 de setembro de 1905, quando passaram a ser efetivados em um salão provisório à rua Álvares Cabral, entre as ruas São Sebastião e General Osório, até que a Catedral viesse a ser inaugurada em 15 de junho de 1917. Recentemente, a Catedral passou por reforma. Em razão do pesado trânsito, danos foram ocasionados em sua estrutura.
VEJA INFORMAÇÕES SOBRE A CATEDRAL METROPOLITANA
https://catedralrp.com.br/acatedral/
VER O TEXTO SOBRE A DEMOLIÇÃO DA MATRIZ VELHA E O PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO.
http://www.plataformaverri.com.br/index.php?local=voceSabia&mes=6&dia=2
VEJA A SINOPSE DO LIVRO SOBRE A CATEDRAL, DE AUTORIA DE ROSANA ZAIDAN, NO LINK:
https://www.plataformaverri.com.br/?bib=1&local=book&letter=R&idCity=24&idCategory=8&idBook=1586
VEJA, NOS LINKS ABAIXO, OS VÍDEOS SOBRE A CATEDRAL METROPOLITANA, de autoria de JOSÉ MÁRCIO CASTRO ALVES:
https://www.youtube.com/watch?v=kZebIhjUDWc