Acessos: 2.496.819
Biblioteca Geral
 
- Arte/Artistas/ Arquitetura/Urbanismo (15)
- Biografias/Memórias/Lembranças/Recordações/Reminis (23)
- Café/Ferrovias/Imigração (28)
- Cana de Açúcar/Agroindústria (10)
- Economia (15)
- Estudos Sociais/Políticos/Jurídicos/Econômicos/Amb (37)
- Etnias (2)
- Genealogia (17)
- História (42)
- História de Minas Gerais (4)
- História de São Paulo (20)
- Hístória do Brasil (12)
- História Geral (15)
- Instituições/Entidades/Empresas (1)
- Literatura (4)
- Turismo/Peregrinação/Viagem/Lazer (6)
 
Biografias/Memórias/Lembranças/Recordações/Reminis

Sumário / Índice
Geremia Lunardelli – O Rei do Café
de GIOVANNETTI, L.V
Ano: 1951
Nº de Páginas: 0 pp.
Editora:
Trata-se de livro biográfico do "Quinto Rei do Café", Geremia Lunardelli, o qual, em 20 de agosto de 1885, nasceu GEREMIA LUNARDELLI em Mansué-Treviso-Itália, filho de Nicolò Lunardelli e Luigia Miotto. Tinha menos de dois anos de idade quando a sua família, em 1887, desembarcou em Santos, tendo sido nesta ocasião encaminhada para trabalhar na Fazenda Dumont (seção Moreira), área de Sertãozinho, então Distrito de Ribeirão Preto. Na adolescência Lunardelli foi colono, carroceiro, e depois sitiante. Aprendeu a ler e a escrever por conta própria e, graças ao tino comercial e duro trabalho conseguiu, antes mesmo de completar os trinta anos, a emancipação econômica, quando então era um destacado agricultor e forte comerciante de café em Sertãozinho. Em 1915, mudou-se para Olímpia, adquiriu fazendas de café e aumentou sobremaneira o seu patrimônio, mas enfrentou também sérias dificuldades. A geada intensa em 1918 fê-lo liquidar as suas posições vendidas de café na praça de Santos e obter, com a ajuda de comissárias exportadoras, empréstimos para atravessar os anos de crise. Nessa cidade foi ainda prefeito ( 1920/1922) e presidente da Câmara municipal. Lunardelli, ali, construiu, com seu próprio recurso, na Praça Altino Arantes, 115 o prédio da prefeitura e Câmara Municipal, doando-o ao Município. Foi agraciado com o título de ''Rei do Café'' por ter chegado a possuir 18 milhões de pés de café espalhados por suas numerosas propriedades nos estados de São Paulo, Paraná e no sul de Mato Grosso, hoje Mato Grosso do Sul. Também tinha terras em Goiás e no Paraguai. Pelo papel que teve na agricultura brasileira recebeu em 1933 a Ordem do Cruzeiro do Sul. Em 1922, mudou-se com a família para um palacete de fina arquitetura situado na exclusiva rua dos franceses, em São Paulo. Veio então o crash de 1929 na Bolsa de Nova York, os preços do café, assim como o valor das suas propriedades, despencaram. Ao acreditar no café, e, sobretudo, em si mesmo, e com o apoio financeiro de tradicionais casas exportadoras de Santos e de bancos comerciais em São Paulo, Geremia atravessou incólume mais esta crise, a despeito do desaparecimento de inúmeras fortunas vinculadas ao setor. Nesta época aproveitou oportunidades - terras baratas e crédito pessoal - para ampliar e consolidar os seus negócios. Diversificou a produção, em especial na região Noroeste do Estado de São Paulo, onde chegou a manter 10 mil alqueires de invernadas com 30 mil cabeças de gado e 5 mil alqueires de algodão. A partir dos anos 40 deu início a investimentos em outros Estados da federação. Estendeu as suas atividades para no Norte do Paraná, sendo que em meados dos anos 50 possuía na região 55 mil alqueires de terras, a maior parte revendida depois na forma de colonização. Abriu também fazendas de café e pecuária em Mato Grosso do Sul, Goiás e até no Paraguai. Em sociedade com o irmão, Ricardo, fundou em Porecatú a usina de açúcar Central do Paraná, que na gestão de seu sobrinho-neto Ricardo Lunardelli Netto, ampliou sua capacidade construindo a Nova Usina Central Paraná, a maior Usina de Açúcar do Brasil na época.Em retribuição aos serviços prestados à nação foi-lhe conferida, entre outras comendas, a medalha da Ordem do Cruzeiro do Sul. E, face aos diligentes apelos de Assis Chateaubriand, tornou-se um importante doador de valiosas obras que fazem parte do acervo original do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Consta que ele, Sinha Junqueira e o industrial Francisco "Baby"Pignatari, em 1947, doaram a vultosa quantia de 3 milhões de cruzeiros, utilizada na aquisição de 10 ( dez) telas de pintores famosos. Faleceu, em São Paulo, a 9 de maio de 1962, deixando viúva Albina Furlanetto Lunardelli, nove filhos e 36 netos. A trajetória de Lunardelli inspirou o personagem Geremia Berdinazzi, interpretado por Raul Cortez na telenovela "O Rei do Gado", sendo que parte da novela foi gravada aqui na cidade. Igualmente a sua saga foi contada no livro "O Rei do Café - Geremia Lunardelli, escrito por L.V. Giovannetti. Em sua homenagem, Sertãozinho deu-lhe o nome de uma das ruas do centro da cidade. Também tem o nome de rua na Capital de São Paulo. No estado do Paraná, existe a cidade de Lunardelli, fundada nas terras de três glebas: Lunardelli, Suíça e Ubá, que inicialmente pertenciam a Geremia Lunardelli.Ainda no Paraná, Geremias Lunardelli é considerado o fundador do município de GRANDES RIOS. No fim da década de 40, ele passou a ser dono de todas as terras da região, conhecidas como Gleba Ribeirão bonito. Em 1951 o grupo G. Lunardelli S/A, então criou a Imobiliária Cidade de Grandes Rios e iniciou uma subdivisão em lotes e abrindo estradas, deu início à cidade e, o que posteriormente viria e ser o Município de Grandes Rios.


voltar