Objetivou o presente livro contar a história da agremiação "13 de Maio Futebol Clube", fundada no dia 15 de junho de 1.959, cujo objetivo seria o de desenvolver entre os seus sócios o esporte bretão ( futebol).Os autores, provavelmente afro-descendentes e formados em Ciências Sociais, analisam a constituição dessa sociedade sob um ótica ideológica, acreditando que os seus fundadores buscavam um espaço de identidade cultural negra, pois há anos estariam discutindo a condição da comunidade, vivendo à margem de todo o processo social. A comparação seria com o Sacramento Clube, clube dos brancos, fundado em 1º de dezembro de 1.953 e que segregava os não brancos e aqueles de condição socio-econômica inferior. E, também, nas dependências do estádio do "Clube Atlético Sacramentano, que, em 1.952, acabou se transformando no estádio municipal. Admitem, porém, que, na parte esportiva, havia tolerância, pois o Clube Atlético Sacramentano não mantinha a sua equipe apenas com não negros e recorria a jogadores das equipes que treinavam na periferia. Após discorrerem sobre as atividades do agremiação, tanto esportivas quanto sociais, com a realização de bailes, comemorações de datas que dizem respeito à cultura afro-descendente, excursões e participações nos desfiles de Carnaval, os autores, insistindo no aspecto ideológico, analisam a incapacidade da diretoria do 13 de maio, no decorrer de sua existência, de manter acesos os ideais dos seus fundadores, de garantir a união baseada em valores familiares, advindo a desestruturação de sua ideologia, em acreditar em uma democracia multicultural como forma de agregação dos valores pertinentes à comunidade negra e não negra. Na análise dos autores, a perda de identidade teria tido início no Carnaval de 1.971, quando a diretoria do 13 de Maio convidou o Sacramento Clube para que se apresentassem juntos na avenida. Isso teria seduzido de tal forma os membros da agremiação, que acreditaram ter adquirido cidadania, status, tornando o Carnaval, para eles, uma plataforma de visibilidade e inclusão social. Em 1.976, toda a comunidade sacramentana começou a fazer parte de uma integração única, homogeneizando o processo cultural da cidade. O Sacramento Clube deixa, então, de ser um clube voltado apenas para a recreação de sócios da comunidade não negra. Passou também a dar "status" a uma comunidade que havia demonstrado capacidade de manifestar a sua cultura e que economicamente ja podia pagar para frequentar as suas dependências. E concluem que os marimbadores do terreiro, já haviam conseguido atingir os seus anseios de ascensão social. Os autores também fazem a juntada das atas das reuniões do Clube 13 de Maio, analisando-as e informando que a última delas foi lavrada no dia 14 de novembro de 1.975 e que pôs fim às suas atividades. Por fim, são apresentados os arquivos fotográficos.
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