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Pradópolis

Sumário / Índice
In Memoriam 1843-1943 - Martinho Prado Júnior
de ,
Ano: 1944
Nº de Páginas: 0 pp.
Editora: Elvino Pocai
Obra lançada em comemoração ao centenário de nascimento de Martinho Prado Júnior ( Martinico Prado).Na época do nascimento de Martinico, como passou a ser chamado, os pais, Martinho da Silva Prado e Veridiana Prado, moravam na fazenda Campo Alto, produtora de açúcar, então situada em Mogi-Mirim ( depois passou para Limeira e, ainda depois, para Araras). Todavia, aos sentir as primeiras dores, Veridiana dirigiu-se a São Paulo, onde o filho nasceu no dia 17 de novembro de 1.843, na rua Nova São José, hoje Líbero Badaró. Depois de uma feliz infância na fazenda, Martinico fez os seus preparatórios e matriculou-se na escola de Direito de São Paulo, em 1.860, com 17 anos de idade, formando-se em 1866, depois de tentativa, aos 22 anos, de lutar na Guerra do Paraguai, chegando a atingir Corrientes, na Argentina. Em 1867, exerceu as funções de promotor público na Capital, o que deixou de fazer após se casar, no dia 22 de janeiro de 1.968, com Albertina de Moraes Pinto, quando foi para o então distrito de Limeira de Nossa Senhora do Patrocínio de Araras, para tomar conta as fazendas “Campo Alto” e “Santa Cruz”, de propriedade de seus pais. Dessa união foram 12 filhos. Desde 1870, quando nasceu Lavínia, até 1.888, quando veio ao mundo o último, Cícero. Em Araras, além de agricultor, Martinico iniciou sua vida política como vereador. Ali também escrevia artigos para a imprensa. Em 1.876, empenhou-se em uma campanha para que a extensão dos trilhos da Cia. Paulista de Estradas de Ferro em direção do Mogi-Guaçu partisse da Estação de Cordeiro e não de Rio Claro, como reivindicava os seus moradores e forças vivas. Após vencida essa batalha, propugnou para que os trilhos da Paulista, além de Pirassununga e Porto Ferreira atingissem Ribeirão Preto, o que não teve sucesso. Entusiasmado pela série de artigos publicados por Luiz Pereira Barreto, sob o título de “Terra Roxa”, no jornal “A Província de São Paulo”, descrevendo “as belezas produtivas do abençoado e surpreendente torrão” das regiões de São Simão e Ribeirão Preto, no ano de 1.877, aos 34 anos, em lombo de burro, em companhia do amigo Jesuíno de Mello, empreendeu viagem exploradora a esses municípios, partindo de Araras, passando por Casa Branca, São Simão e chegando à Vila de Ribeirão Preto, da qual faziam parte os Distritos de Cravinhos e Sertãozinho.Ficou maravilhado com o que viu. De barômetro na mão, tudo anotando: circunstâncias climatéricas, fauna,flora, condições geológicas e geográficas, vindo a escrever, em outubro de 1.877, outra série de artigos para o mesmo jornal, que teve igual repercussão, contribuindo para a propagação da fertilidade das terras de Ribeirão Preto. Quando, do espigão do Cantagalo descia para Ribeirão Preto, observou ( mantida a grafia original): “descortinei a confinar com o horizonte cordilheiras de muitas léguas de extensão, prolongando suas longas e azuladas fraldas para os vales do Guassú e Rio Pardo que, ciosos dessas riquezas, correm a unir-se no Pontal como que para guardar o maior, mais rico, mais deslumbrante e fascinante torrão agrícola da província de São Paulo, se não de todo o Brasil”. Anotou, mais, “Não há na província de São Paulo, município algum cuja importância possa aproximar-se à de Ribeirão Preto. Campinas, Limeira, Rio Claro, Araras, Descalvado, Casa Branca, etc, tudo é pequeno, rachitico, insignificante, diante desse incomparável colosso”. Ao terminar a sua viagem, concluiu Martinico: “Ribeirão Preto constitui a maior riqueza da Província de São Paulo, contanto que o trabalho rasgue a terra e nela se atire a semente. Solo e clima nada mais pedem que isso. Aos lavradores da Província que amam o trabalho e em seus sonhos almejam levantar fortunas, aconselho uma peregrinação àqueles lugares”...”. Logo depois dessa viagem. Martinho Prado Júnior adquiriu, em Ribeirão Preto, terras de José Bento Junqueira, formando a fazenda “Albertina”, nome de sua esposa. Em 1.885, através de escritura lavrada no dia 21 de agosto – dia do aniversário de D. Albertina - Martinico comprou a fazenda de João Franco de Moraes Octávio, com mais de 6 mil alqueires. Nessas terras formou a Fazenda Guatapará, plantando em pouco tempo cerca de 1.800.000 pés de café, que se tornou uma das maiores produtoras de café do mundo, juntamente com a Fazenda São Martinho, adquirida, em 1.889, em sociedade com o pai e com o irmão Antonio Prado, com 12.000 alqueires, então situada no município de Sertãozinho, e que deu origem ao município de Pradópolis. A Fazenda Guatapará ficou de posse dos herdeiros de Martinico até 1.942. Já à época dessas grandes aquisições, Prado residia na Capital, desde 1.876, e, na condição de afiliado ao Partido Republicano, de 1.878 a 1.889 foi deputado à Assembléia Provincial. Com a Proclamação da República e preocupado com a formação da Fazenda Guatapará e com a promoção da vinda de imigrantes europeus, deixou a política de lado para cuidar dos seus negócios. Os ideais políticos de Martinico, porém, acabaram por orientar seus projetos econômicos. Como um republicano fervoroso, acreditava na modernização e no progresso do país. Contudo, também defendia que isso só seria possível com a extinção da escravidão africana, pois para esses republicanos o modo de produção escravista era um dos principais fatores de atraso do país, tanto político como econômico. Como consequência desse ideal, juntamente com outros fazendeiros, propugnou pelo uso da mão de obra livre na região de São Paulo, participando de inúmeras ações associadas ao incentivo da imigração europeia. Quando comprou a fazenda Guatapará, por exemplo, empregou trabalhadores assalariados vindos da Bahia para limpar o terreno e em suas lavouras. Logo depois passou a utilizar famílias europeias, especialmente as italianas.Nesse sentido efetuou várias viagens à Europa, inclusive com a família. Faleceu no dia 24 de maio de 1.906, aos 63 anos de idade.Nesta obra, ainda foram colacionados artigos jornalísticos e discursos do homenageado, artigos e ainda discursos proferidos por ocasião de sua morte e, também por ocasião das comemorações do centenário do seu nascimento.
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