A obra é uma homenagem de todos os segmentos vivos de Maringá, sobretudo a Arquidiocese e os Poderes Públicos, àquele que foi o seu Primeiro Arcebispo. Dom Jaime Luiz Coelho, filho de João Amélio Coelho e Guilhermina Cunha Coelho, nasceu em 26 de julho de 1916 no então Distrito de Cristais, município de Franca-SP. Em 1.931, aos 15 anos, entrou, como aluno interno, para o Colégio São José, em Batatais. Em 1.932, transferiu-se para o Seminário Diocesano de Campinas, cursando depois, de 1.935/41, Filosofia e Teologia no Seminário Central "Maria Imaculada" do Ipiranga, na cidade de São Paulo. Recebeu a ordenação presbiterial na Catedral de Ribeirão Preto, em 7 de dezembro de 1941. Foi vigário cooperador da Catedral, secretário geral do bispado e chanceler da Cúria diocesana. Em 1944, foi designado cura da Catedral. Uma lembrança inesquecível desse período para Dom Jaime, foi a marcante convivência, desde 1.935, no Seminário, depois em Ribeirão Preto, com Dom Manuel da Silveira D´Elboux. No dia 3 de dezembro de 1956, aos 40 anos, através da Bula assinada pelo Papa Pio XII, foi designado Bispo da recém-criada diocese de Maringá-PR. A ordenação episcopal ocorreu em 20 de janeiro de 1957 na Catedral de Ribeirão Preto, tendo sido escolhido o lema episcopal "In Omnibus Christus" - Cristo seja tudo em todos (cl 3,11), para nortear suas ações como bispo. Maringá tinha 10 anos de fundação e uma recém-criada diocese, desmembrada daquela de Jacarézinho-PR. A área episcopal contava com 450 mil habitantes e 24 municípios, com cerca de 15.000 Kms2. A região vivia um crescimento notável. A chegada do primeiro bispo em Maringá, no dia 24/março/1957, foi triunfal. A cidade e a região pararam para recepcionar Dom Jaime. na ocasião a Catedral era de madeira e Dom Jaime já chegou com o desígnio de construir uma nova, de concreto. Definido o projeto, em forma de uma ogiva espacial, campanhas arrecadatórias, quermesses, Festas das Nações, contribuições das mais diversas, principalmente o cimento da Cia. de Terras e verbas públicas municipais e do Governo do Estado proporcionaram a construção da esplêndida Catedral. A par do projeto elaborado pelo arquiteto José Augusto Belucci, a partir da concepção de Dom Jaime, a Catedral contra com trabalhos de Conrado Moser, escultor do crucifixo de madeira de 7 metros, do artista local Zanzai Mattar, criador das figuras em cimento e das pinturas que contornam as paredes internas e Via-Sacra. Presbitério, altar, batistério, capela do SS. Sacramento e cátedras são peças criadas pelo arquiteto Manfred Osterroth. Os vitrais são do artista Lorenz Helmair.Em 16 de outubro de 1979, com a criação da Província Eclesiástica e elevação de Maringá a arquidiocese, foi promovido a Arcebispo Metropolitano. Sua posse como Arcebispo deu-se em 20 de janeiro de 1980. Nesse dia a Catedral Basílica Nossa Senhora da Glória ficou pequena para receber tanta gente, como o governador do Paraná Ney Braga, o Arcebispo de Curitiba Dom Pedro Fedalto, autoridades, imprensa, familiares, fiéis. Na sequência, a obra trata da intensa participação de Dom Jaime na política do Norte do Paraná e na de Maringá, combatendo a ideologia comunista e apoiando, ostensivamente, candidatos que lhe eram simpáticos e colaboravam em suas obras. Como empreendedor, fundou o jornal "Folha do Norte" e a TV Cultura de Maringá. Depois de passar para mãos de terceiros, o jornal encerrou as suas atividades em 1.979. A TV, por sua vez, foi adquirida pela Rede Globo. O livro aborda, também as viagens de Dom Jaime e o encontro com o Papa João Paulo II. Na parte educacional, Dom Jaime contribuiu decisivamente para a criação da primeira escola de nível superior, a Faculdade Estadual de Ciências Econômicas de Maringá, em 1.959, embrião daquela que viria a ser a Universidade Estadual de Maringá (UEM). Teve participação fundamental em uma série de acontecimentos importantes para o engrandecimento da cidade, tais como: a construção da Livraria Católica, depois entregue às religiosas da Pia Sociedade Filhas de São Paulo (Irmãs Paulinas); a transformação do Albergue Noturno, sob direção das Filhas da Caridade, em Albergue Santa Luíza de Marillac; a implantação da TV católica 3º Milênio, fundada pelo padre Gerhard Schneider; e a obra de desfavelamento Núcleo Social Papa João XXIII e na construção de albergue para idosos e na consolidação da Santa Casa. O livro relata, outrossim, a participação de Dom Jaime em todas as sessões do Concílio Ecumênico Vaticano II, a visita a Maringá do Primeiro Cardeal Negro da Igreja Católica, Bernardin Gantin, a despedida da Arquidiocese. Em 11 de julho de 1997, depois de 40 anos em frente a Arquidiocese de Maringá, Dom Jaime entregou o comando da Arquidiocese a Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger. Aborda, também, em suas páginas, a comovente participação de Dom Jaime na Sagração Episcopal de Dom Edmar Peron, Bispo Auxiliar de São Paulo e primeiro padre da Arquidiocese de Maringá a tornar-se bispo. Por fim, contém a publicação depoimentos de personalidades sobre Dom Jaime, como o Senador Álvaro Dias, jornalista Frank Silva, médicos Mário Líns Peixoto, Sérgio Doveines e o artigo "Posfácio" do Prof. Dr. Reginaldo Benedito Dias, do Dep. de História da Universidade Estadual de Maringá-PR. D. Jaime faleceu no dia 05 de agosto de 2.013, aos 97 anos de idade. O autor Everton Barbosa é jornalista, Assessor de Imprensa da Arquidiocese de Maringá. Ganhou vários prêmios nacionais de Jornalismo. Produziu um documentário sobre a incursão à Europa do Coral Infantojuvenil da Arquidiocese de Maringá. A autora Luciana Peña é jornalista, especialista em Língua Portuguesa. Trabalhou como repórter de televisão e atualmente é repórter da Rádio CBBN Maringá. Em Tv, fez reportagens especiais na Espanha, Itália, França e Alemanha.
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